São Paulo - A criatividade é um traço tipicamente associado à forma de ser do brasileiro.
Nossa reputação tem fundamento, até certo ponto. Segundo Gisela Kassoy, consultora em inovação, um estudo conduzido na década de 1990 pelo pesquisador norte-americano Robert Burnside mostra que temos uma facilidade extraodinária para improvisar.
“O brasileiro não é exatamente inovador, no sentido estrito da palavra, porque em geral não altera estruturas nem processos”, diz a especialista. “Por outro lado, tem uma espécie de criatividade adaptativa, isto é, esbanja jogo de cintura e ‘jeitinho’ diante de adversidades”.
Ideias originais - sejam elas realmente inovadoras ou apenas criativas - são valiosas em tempos de crise. O problema é que o estresse e o desânimo trazidos pelo momento econômico jogam contra a imaginação.
“Para ser criativo, um profissional precisa se sentir livre de julgamentos e pressões, o que raramente acontece num contexto como o que estamos vivendo”, explica a consultora Adriana Baraldi, que integra o Fórum de Inovação da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Na prática, o nervosismo dos gestores e o medo de errar inibem soluções que poderiam ser a salvação do negócio.
Mas como driblar esses obstáculos e usar a imaginação na crise? Veja a seguir 4 respostas sugeridas pelas especialistas:
1. Defenda-se do desânimo dos outros
Segundo Gisela, é preciso lutar para não se contaminar pela melancolia geral - ou você acabará sem energia para criar.
"Para se manter positivo, tente se cercar de pessoas jovens, otimistas, que ainda têm gás para trabalhar", recomenda a especialista. Também é importante investir em lazer e alimentar o seu ânimo com pequenos prazeres cotidianos.
2. Busque movimento
Válida mesmo em tempos de calmaria econômica, esta dica é especialmente pertinente durante a crise. Sua cabeça está começando a se repetir? Mude de posição ou saia do recinto em que você está.
Além de relaxar os músculos, movimentar o corpo ajuda a desprogramar um raciocínio viciado. “Vá para o lado de fora, tome ar e só então volte a pensar”, aconselha Gisela.
3. Olhe para fora
Fazer benchmarking é importante, mas também é essencial observar as práticas de outros setores para se inspirar. De acordo com Adriana, a multidisciplinaridade é um ingrediente básico da inovação.
Trabalha com automóveis? Discuta sobre seus problemas com quem trabalha com cosméticos. Buscar referências “estranhas” ao seu mundo pode ser um impulso precioso para a criatividade quando todas as fórmulas da sua área parecem já ter sido testadas.
4. Faça parcerias
Você não precisa inventar todas as soluções sozinho. Segundo Adriana, a criatividade muitas vezes nasce do trabalho colaborativo, em rede.
“Em vez de se isolar em busca de uma ‘grande ideia’, procure a ajuda de seus colegas de trabalho e pares do mercado”, orienta a consultora. “De uma conversa informal pode surgir uma solução surpreendentemente inovadora”.
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1. Ajude seu cérebro a criar
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São Paulo – Ser criativo é ser capaz de criar conexões incomuns. Esta é a definição de
criatividade que o publicitário Tadeu Brettas, da Ynner Treinamentos, mais gosta. “Geralmente os melhores resultados nascem de um olhar inusitado, de associações inesperadas”, explica o especialista. Além de repertório de informações, a inspiração para conseguir estabelecer essas conexões criativas pode vir do universo infantil. De acordo com Brettas, as crianças, por estarem ainda elaborando o mundo, são mestres em estabelecer as tais conexões insólitas. Por isso, muitos treinamentos dados pelo especialista em empresas têm como objetivo resgatar a criança interior por meio do universo lúdico. A ideia é afastar momentaneamente os profissionais do turbilhão corporativo e apresentá-los a atividades divertidas e relaxantes para destravar a criatividade e estimular a capacidade de resolução de problemas. “Uma vez distante do problema, no momento em que relaxamos, a resolução aparece. O fato é que o nosso cérebro ainda estava trabalhando no desafio, só é algo que não percebemos de forma consciente. É a chamada iluminação”, explica. Confira, nas fotos, algumas atividades que têm esse poder de estímulo da criatividade, indicadas por Tadeu Brettas:
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2. 1. Brincar
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No dia a dia de trabalho é difícil encontrar tempo para fazer brincadeiras, contar piadas, dar risadas. Mas estes momentos de descontração podem ser o gatilho que falta durante o expediente para o surgimento de novas e boas ideias. E o melhor lugar para isso - se a sua empresa não é do tipo descolada que tem as chamadas salas de descompressão – é no espaço do café, diz Bretas. Por isso, por mais que sua agenda esteja lotada de afazeres, não negligencie estes minutos mais descontraídos com seus colegas de trabalho no café da empresa.
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3. 2. Desenhar (ou qualquer atividade artística)
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“Tive um diretor que não conseguia falar sobre suas ideias sem estar fazendo uns rabiscos em papel”, diz Brettas. Ao desenhar, as partes do cérebro relacionadas ao processo criativo são estimuladas. Mas não é só o desenho que tem esse poder. Atividades artísticas, em geral, têm esse efeito. “A mensagem aqui é um pouco mais profunda. O que quero dizer é: desenvolva sua sensibilidade através da arte. Pode ser pela pintura, pela música, pelo teatro, pela literatura”, diz.
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4. 3. Correr riscos
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“Tem uma frase que eu gosto que é: quem não corre nenhum risco está correndo todo o risco”, diz Brettas. Em outras palavras: menos manuais e mais espontaneidade. “Teve uma ideia? Libere-a de forma autêntica, com educação mas sem receio”, indica Brettas.
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5. 4. Pensar besteiras (também)
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“Da quantidade de ideias é que sai a qualidade”, diz Brettas. Não economize insights, deixe-os fluírem sem julgamentos ou censura. A espontaneidade estimulada resulta em constante brainstorming em relação ao mundo. E é dela que nascem as invenções revolucionárias, diz o especialista.
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6. 5. Questionar o mundo
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E por que não? Tempere o cotidiano com mais pontos de interrogação. "A criatividade nasce de perguntas e não necessariamente de respostas. A criatividade nasce do pensamento divergente e não do pensamento convergente", afirma Tadeu Brettas.
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7. 6. Encontrar um ponto de fuga
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Reservar espaço para sair da rotina é o que Brettas chama de encontrar pontos de fuga. Uma viagem no fim de semana, um passeio em um jardim durante a manhã, um almoço diferente: cabe a cada um determinar a atividade dentro de suas próprias possibilidades e limitações.
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8. 7. Reunir achados criativos
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“Uma dica que eu dou é: crie uma caixa de preciosidades”, diz Brettas. Não confie apenas na sua memória. Viu uma frase engraçada? Anote. Presenciou uma cena inusitada? Registre. Ouviu uma música diferente? Grave o nome. “Com isso a pessoa vai criando o seu repertório de achados”, diz o especialista. Ele mesmo faz isso e, na sua pasta de tesouros, há de fotos de cardápios de restaurante a frases de Millôr Fernandes. “Todas as vezes que me preparo para desenvolver um trabalho criativo eu vou mexer nesses meus achados”, diz.
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9. Agora, veja as táticas dos executivos para estimular a criatividade
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