Festa de fim de ano na empresa (Jena Ardell/Getty Images)
Luísa Granato
Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 06h00.
Última atualização em 13 de dezembro de 2019 às 16h05.
São Paulo - Depois de trabalhar um ano inteiro, entregar projetos, superar metas e vencer desafios, chegou o momento de celebrar: a festa de fim de ano da empresa.
Momento para festejar, mas com moderação. Não existe alto desempenho e produtividade que deixe sua reputação blindada contra certas gafes.
Segundo Lucas Oggiam, diretor da Michael Page e Page Personnel, a comemoração não deixa de ser uma extensão do ambiente de trabalho.
“É importante que o funcionário entenda que essas comemorações servem para confraternizar e reunir a equipe de forma menos formal, mas não deixa de ser uma reunião de trabalho. Tem muita gente que costuma confundir essas situações e acaba passando um pouco dos limites”, comenta o diretor.
No espírito da moderação, José Carlos Wahle, sócio da área Trabalhista do Veirano Advogados, recomenda também que o profissional não fale exclusivamente de trabalho. O advogado também lembra que condutas inadequadas podem ser passíveis de punição disciplinar.
Pensando na festa como uma reunião menos formal, é possível apontar quatro situações para evitar e uma para praticar. Confira:
Se a empresa permite usar bermuda e chinelo no verão, a festa de fim de ano não é uma ocasião para usar roupas ainda mais casuais. Quem usa terno e gravata pode vestir uma versão mais informal de sua roupa, mas é preciso tomar cuidado e manter coerência com sua vestimenta do resto do ano. Os especialistas apontam que essa escolha pode ter grande impacto na imagem profissional.
A bebida vai ser liberada na festa? Legal, mas é melhor não exagerar. Segundo Oggiam, a embriaguez na festa pode causar até demissão em certo casos. “Tem gente que se torna agressiva, inconveniente e desagradável. É prudente e recomendável ter cautela nessas ocasiões para que sua imagem não seja arranhada ou até mesmo destruída”, alerta Oggiam.
Enquanto a ocasião é propícia para relembrar momentos marcantes do ano, é melhor evitar comentar sobre a vida dos colegas de trabalho. Fofocas, intrigas e opiniões negativas sobre os outros podem se espalhar e certamente não serão esquecidas após a celebração. “Procure mais discrição e menos polêmica”, orienta o diretor.
Todo mundo adora ganhar presente e o sorteio de “amigo secreto” é muito popular nas equipes. Escolher um presente ruim (ou esquecer de comprá-lo) não é um erro tão grave quanto os anteriores, mas ainda pode causar constrangimento.
“A falta de sensibilidade, carinho ou atenção acabam acontecendo até com uma certa frequência. Procure informações sobre a pessoa que você presenteará. Caso não consiga dados sobre ela, o melhor é não arriscar: adote discrição e presenteie com opções tradicionais”, aconselha o diretor.
Falar apenas de trabalho deve ser evitado. No entanto, isso não significa que a festa não possa ser uma oportunidade para conversar com um diretor menos acessível, conhecer pessoas de outras áreas ou vender sua imagem para seu chefe.
Segundo Oggiam, o networking feito de forma correta pode ser o maior ganho dos eventos de final de ano. “Falar sobre resultados positivos atingidos no ano pode ser uma faca de dois gumes - cuidado. A outra pessoa não pode achar que você está se gabando, mas sim compartilhando felicidades do ano”, comenta.