São Paulo - Diante da considerável dificuldade para conseguir emprego em meio à crise econômica, o profissional brasileiro tem se voltado mais do que nunca a uma velha prática do mercado: o networking.
Porém, muitos executivos têm derrapado na tentativa de encontrar novas oportunidades por meio de sua rede de contatos, diz Marcelo Derossi, cofundador do Clube do Networking.
O principal erro está em achar que o networking funciona como um interruptor de luz - algo que pode ser ligado ou desligado a qualquer momento, quando convém.
“É ingênuo achar que alguém vai te dar um emprego se você nunca cuidou realmente da sua rede”, explica Derossi. "Networking é um investimento de longo prazo, é inútil tentar ativá-lo do dia para a noite".
Em tempo: gerir as suas relações profissionais não significa simplesmente trocar cartões, adicionar pessoas no LinkedIn ou bajular os figurões da sua área. Trata-se de se posicionar como uma espécie de intermediário do mercado, alguém que faz a ponte entre quem tem uma demanda e quem pode atendê-la.
O objetivo é ser a pessoa a quem todos recorrem quando precisam de uma solução - até chegar a sua vez de solicitar algo a seu favor.
Na crise, a qualidade do networking do brasileiro tende a ser ainda pior. Aflita diante da escassez de oportunidades, muita gente tenta ativar seus contatos de forma desenfreada e pouco planejada, afirma Fabrício Barbirato, diretor executivo do IDCE (Instituto de Desenvolvimento de Conteúdo para Executivos).
Para organizar um estratégia de networking eficiente para enfrentar a crise, é preciso ter em conta algumas orientações específicas para este momento do mercado. Veja a seguir 4 delas:
1. Não gaste energia desnecessariamente
Foco é importante para administrar a sua rede de contatos em qualquer momento. Mas é especialmente relevante em contextos desfavoráveis ao emprego.
Ansioso para conseguir uma recolocação, o executivo pode atirar para todos os lados e perder tempo com pessoas que claramente não podem ajudá-lo. Quantidade não é qualidade, diz Derossi. Em vez de esgotar suas forças em tentativas fadadas ao fracasso, é mais estratégico mirar em poucos - e bons - contatos.
2. Seja capaz de escutar
É bom lembrar que, na crise, você não é o único a enfrentar dificuldades. Além de soar antipático, falar apenas de si dificilmente trará algum resultado. Afinal, um bom networking sempre propicia situações de “ganha-ganha”.
Ouvir a história do outro - e fazer o máximo possível para ajudá-lo direta ou indiretamente - é uma postura mais humana e estratégica. “Quando você demonstra interesse, a outra pessoa se abre para você, conta mais detalhes da sua situação e eventualmente encontra alguma forma de beneficiar você também, ainda que não seja imediatamente”, diz Derossi.
3. Não perca o bom humor
Em toda crise econômica, o risco de se deixar levar por uma espécie de “melancolia coletiva” é grande. Embora compreensível, o desânimo pode jogar contra o seu próprio desejo de sobreviver às demissões e ao desemprego.
Para Barbirato, pessoas muito pessimistas ou ansiosas costumam afastar as demais quando tentam fazer networking. Em vez de agir como se cada café com um conhecido fosse uma entrevista de emprego, é melhor respirar fundo e tentar interagir de forma leve e serena. Afinal, o outro também pode estar nervoso - e “contaminá-lo” com a sua calma só vai facilitar a conversa.
4. Aproveite a “boa maré” para o networking
Isso mesmo: embora a economia esteja atravessando uma fase sombria, o momento não poderia ser melhor para reaquecer a sua rede de contatos. “Com a crise, o mercado fica mais aberto do que nunca para o networking”, diz Barbirato. “Como as pessoas estão mais inseguras, elas também se tornam mais receptivas a aproximações”.
Por isso, completa Derossi, é proibido se isolar. “A pior tática para esse momento é se fechar ou esconder as suas dificuldades”, afirma o especialista. Para não sucumbir sozinho, é mais inteligente aproveitar a “boa maré” para aprofundar as suas relações com o mercado.
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1. Leis universais
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1/12 (Thinkstock/Zurijeta)
São Paulo - Regras de
etiqueta no trabalho variam amplamente de acordo com fatores como nível hierárquico, área de atuação e até
região geográfica. Ainda assim, algumas leis de
comportamento no mundo corporativo são universais. Reunimos algumas dicas da especialista norte-americana Barbara Pachter, autora do livro "The essentials of business etiquette", compiladas pelo site
Business Insider. As orientações vão do uso do
celular em reuniões às regras para o aperto de mão. Navegue nos slides para conhecê-las.
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2. Antes de uma reunião, socialize
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2/12 (Creative Commons/Flickr/ Lars Plougman)
Você está numa reunião com colegas que não conhece tão bem? Em vez de ficar no "casulo", procure interagir de forma leve e agradável com quem está ao seu lado. Também vale apresentar desconhecidos, recomenda Pachter, começando normalmente pela pessoa com o cargo mais alto.
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3. Inicie o aperto de mão se você tiver um cargo mais alto
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3/12 (Thinkstock/anyaberkut)
Trocar um aperto de mão no mundo corporativo é
muito mais complexo do que parece. Mas há uma regra básica, fácil de memorizar: a pessoa hierarquicamente superior deve sempre iniciar o gesto. Se você está recebendo alguém na sua empresa, também cabe a você a iniciativa de estender a mão.
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4. Sempre se levante para cumprimentar o outro
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4/12 (Thinkstock/Monkey Business Images Ltd)
Não abandonar a cadeira ao ser apresentado a outra pessoa é, antes de tudo, uma postura mal educada. Porém, mais do que isso, levantar-se indica que a sua presença é importante, segundo a autora norte-americana. Se você permanece sentado, corre o risco de ser ignorado.
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5. Não puxe a cadeira para outra pessoa sentar
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Antigos "rituais" ditados pelo gênero estão ficando fora de moda - inclusive no âmbito profissional. Por isso, diz Pachter, não faz sentido puxar a cadeira para a mulher se sentar num encontro de negócios. Já segurar a porta para um convidado passar é aceitável.
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6. Guarde o celular
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6/12 (Brent Lewin/Bloomberg)
Não disfarçar a sua fixação pelo celular pode gerar grandes constrangimentos para um executivo. Deixar o aparelho sobre a mesa de reunião é desaconselhável. É melhor que fique no bolso, para que suas luzes e ruídos não virem fonte de distração.
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7. Evite comer em reuniões
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7/12 (BOA FORMA)
A não ser que se trate de um café da manhã, almoço ou jantar de negócios, é melhor não ingerir nada em reuniões. É que algum constrangimento pode surgir, diz a especialista, por causa dos barulhos de mastigação ou dos odores da comida. Beber água ou café é permitido.
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8. Cuide da sua postura na cadeira
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8/12 (Thinkstock/Arne Trautmann)
A menos que você precise demonstrar poder, o ideal é ajustar a altura da cadeira para ficar no mesmo nível de todos os presentes numa reunião. Também evite cruzar as pernas - independentemente do seu gênero. "Pode ser uma distração e até um pouco 'sexy' demais para o ambiente de trabalho", afirma Pachter.
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9. Vista-se adequadamente
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9/12 (Thinkstock/Flickr/Creative Commons/Ana_Cotta)
A sua imagem profissional
depende muito mais das suas roupas do que você imagina. Descobrir qual é o código de vestimenta de uma empresa ou encontro profissional - e segui-lo à risca - é essencial para garantir a sua credibilidade.
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10. Seja pontual
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Comparado a outras nacionalidades, o brasileiro tende a ser pouco pontual. No mundo dos negócios, é bom conter essa tendência. Segundo Patcher, chegar na hora para compromissos profissionais é uma atitude que denota seriedade, organização e respeito ao outro.
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11. Vá direto ao ponto
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O conselho é simples, mas fundamental: não faça o outro perder tempo. No mundo corporativo, isso significa se comunicar de forma objetiva e concisa. Evitar repetições, comentários desnecessários e digressões também é um sinal de educação no trabalho, diz a especialista.
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12. Veja agora 8 dicas de linguagem corporal para dominar uma negociação
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12/12 (Thinkstock/STUDIO GRAND OUEST)