São Paulo - Das diversas fantasias que funcionários alimentam sobre seus chefes, uma é muito comum: a de que ele é o único responsável por orientar, administrar e avaliar o seu trabalho.
Contudo, o poder, segundo o fundador da escola Cultman, Rogério Boeira, pode e deve ser compartilhado. “Um profissional que não depende do chefe para tudo ganha em produtividade e eficiência”, afirma ele.
Segundo Boeira, o esforço em delegar tarefas e descentralizar ao máximo a gestão, ligado ao conceito de 'empowerment', é uma tendência em diversas empresas pelo mundo.
“Ganha-se muito com isso, porque o profissional é visto como adulto, e acaba trabalhando de forma mais responsável e madura”, explica ele.
Ao invés da tradicional relação de obediência que há entre patrão e empregado, surge uma dinâmica semelhante à que existe entre cliente e fornecedor: o que faz a roda girar é o compromisso com a qualidade do serviço, não a hierarquia.
No Brasil, a mentalidade do empoderamento ainda engatinha. Segundo Boeira, o motivo é cultural, devido à tradição de microgerenciamento e desejo de controle. “Infelizmente, a maioria das nossas empresas ainda é bastante centralizadora e burocrática”, afirma ele.
Mesmo assim, Boeira defende a iniciativa do profissional que queira se tornar seu próprio gestor - mesmo tendo, de acordo com o organograma, uma pessoa acima dele que cumpra essa função.
O profissional capaz de assumir a responsabilidade por si mesmo poupa recursos da empresa e, por isso, será cada vez mais valorizado e disputado pelo mercado de trabalho.
“Os melhores empregadores sabem reconhecer essas pessoas e certamente deverão recompensá-las com boas oportunidades”, assegura ele.
A seguir, veja quatro passos para atingir esse nível de autonomia e se diferenciar:
1. Saiba muito bem o que esperam de você
Para começar, você precisa conhecer a fundo as características do seu empregador e as particularidades do serviço que você deve prestar a ele.
Você precisa ter consciência sobre as expectativas básicas que existem sobre você - para não precisar ser lembrado constantemente por alguém a respeito delas.
2. Conheça os possíveis efeitos das suas falhas
É decisivo, sobretudo, saber precisamente quais possíveis erros seus seriam tolerados, e quais seriam inadmissíveis.
Você também precisa saber quantificar riscos e oportunidades envolvidos no seu trabalho. Qual é custo para empresa dos seus erros? E o potencial de retorno dos seus acertos? Essas variáveis precisam ser estudadas no seu processo de autogestão.
3. Estabeleça uma relação de equilíbrio com o seu chefe de fato
É bom não confundir empoderamento com independência absoluta da estrutura. Você não tem obrigação de só entregar a solução pronta para o seu chefe: é permitido apresentar dúvidas, questionamentos ou mesmo problemas para ele.
O ideal é estabelecer um meio termo entre o microgerenciamento, situação em que você pergunta tudo para o seu superior, e uma espécie de “voo livre”, em que você não pergunta nada. Precisa haver troca entre você e o seu chefe, baseada em confiança mútua.
4. Faça autoavaliações constantes
Para consolidar sua autonomia, é importante ter um olhar crítico para o seu próprio trabalho. Uma ideia é manter um diário dos insights e lições do seu dia a dia no escritório.
Isso porque analisar os desafios que se apresentarem, bem como as soluções encontradas, ajuda a sistematizar o seu desenvolvimento. O objetivo que você precisa perseguir é aprender sozinho, continuamente.
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1. A aprovação no trainee é só o começo
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São Paulo – O processo seletivo dos programas de
trainee é dos mais rigorosos. Mas engana-se quem pensa que a aprovação e o crachá da empresa na mão são a certeza de uma trajetória de
sucesso dentro da organização. A oportunidade é dada, mas o resultado está na mão dos
jovens profissionais. “A empresa contrata o trainee pelo potencial que ele tem, mas é a entrega que vai fazer a diferença”, diz Raquel Carneiro, diretora de gente e gestão da
Arezzo&Co. Pensando nisso, nos últimos dias EXAME.com conversou com 13 ex-trainees que trilharam (e estão trilhando) caminhos de sucesso após o término do programa. Todos estão hoje em cargos de gestão. Confira a que eles atribuem suas conquistas e suas dicas para quem está dando seus primeiros passos como trainee:
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2. 1. Diego Alvarez, coordenador de projetos da Schutz ( Arezzo&Co)
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Desde o começo deste ano, Diego Alvarez atua como coordenador de projetos da Schutz, marca da Arezzo&Co. Entrou no primeiro programa de trainee da empresa, em 2011. “Passei por 3 meses de treinamento e depois fiquei um ano trabalhando na área de multimarcas da Schutz”, conta. Assumir o olhar de dono do negócio, sair da zona de conforto, encarar riscos e o “frio na barriga” são algumas das atitudes que, segundo ele, foram cruciais para assumir a vaga na coordenação. “Mas pra mim, ter o canal aberto com a liderança foi definitivo nesse processo”, diz ele que agarrou a oportunidade e aprendeu tudo o que podia com os gestores da Arezzo&Co. Aos novos trainees, Diego dá a dica: “não é porque entrou no programa que seu caminho já está traçado, aproveite a oportunidade e busque a sua posição. Construa a sua história na empresa", recomenda.
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3. 2. Alessandro Gomes, diretor da Chubb Seguros
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Trainee da turma de 1998 na
Chubb Seguros, Alessandro Gomes acredita que ter os valores alinhados com a empresa foi um dos fatores determinantes para sua história de sucesso na empresa. No caso dele, isso significou esperar o tempo necessário de amadurecimento em cada uma das posições que foi assumindo na empresa ao longo destes anos. “Não dá para querer ter uma ascensão rápida se a empresa é mais tradicional”, diz. E foi passo a passo que ele trilhou seu caminho na Chubb Seguros. Quatro anos depois de ter concluído o programa de trainee, assumiu a operação da empresa em todo Estado de Minhas Gerais. Em 2007 conquistou a operação no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Nordeste e, em 2011 garantiu a posição na superintendência das filiais, cuidando de toda a operação da Chubb fora de São Paulo, último cargo antes de ser promovido a diretor. Para ele, o desafio dos novos trainees é lidar com o imediatismo. “Eles devem aproveitar o período de aprendizado do trainee e perceber que nem sempre as oportunidades aparecem tão rapidamente como eles esperam”, diz.
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4. 3. Maikon Alves, gerente de vendas da Ericsson
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No final de 2010, ano em que participou do programa de trainee da
Ericsson, Maikon garantiu a posição de analista de vendas. Dois anos depois foi promovido e hoje é gerente. Os contatos e conexões que conseguiu fazer durante o programa de trainee permitiram a ele desempenhar as atividades de vendas de maneira mais eficiente. “Passei a dedicar a maior parte do meu tempo ao contato com o cliente, o que para área comercial é extremamente importante. Conquistei um diferencial, pois capitalizei sobre a pouca experiência que tinha, de maneira a ouvir consultivamente o cliente ao invés de impor as soluções mais tradicionais de prateleira”, conta. Por isso, a dica que ele dá aos trainees é priorizar o networking interno. “Conhecer as pessoas que tocam a empresa no dia a dia será crucial para a velocidade das próximas etapas”, diz.
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5. 4. Rodrigo Junqueira dos Santos, diretor da ArcelorMittal Piracicaba
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Hoje com 15 anos de casa, Rodrigo Junqueira dos Santos, diretor da
ArcelorMittal Piracicaba, deu seus primeiros passos na empresa no na turma de 1997 do Programa de Trainee. Após o programa iniciou sua carreira na ArcelorMittal como engenheiro de processo. “De trainee a gestor de equipe foram cinco anos, depois mais cinco para ser promovido a ‘gestor de gestores’, posição ocupada atualmente”, conta. Manter o foco na execução das tarefas, a descrença em paradigmas (com a opção por testá-los) e investir no desafio dos conceitos estabelecidos foram atitudes importantes para que ele tivesse sucesso na empresa, diz. “A chave é saber usar os conhecimentos passados pelos mais experientes, mas não acreditar que os limites colocados são para sempre”, diz Santos. Para abrir portas, diz Santos, é preciso ter uma postura proativa, ser cordial e respeitar as pessoas de forma genuína. “Mas, ao final, os resultados é que vão garantir o sucesso”, diz.
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6. 6. Diego Colicchio, gerente da categoria de limpadores da Unilever
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Trainee da turma de 2005, Diego Colicchio começou na
Unilever atuando na área de trade marketing. O fez a diferença no seu caso , diz, foi o seu nível elevado de energia e a disposição para o trabalho em equipe. O resultado disso é que, em menos de 3 anos - duração máxima do Programa de Trainee da Unilever - já era gerente. “Você precisa agir, ser proativo e provar porque merece ter a carreira mais acelerada”, diz. Sabendo que a empresa espera que os trainees entreguem mais resultados do que os funcionários comuns, ele recomenda, para aqueles que estão começando, a coragem de expor com nível maior de risco. “Se não buscar isso, você não consegue se formar a tempo no programa”, diz.
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7. 10. Renato Firmiano, gerente de marketing da Whirlpool
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Trainee da turma de 2005 da
Whirlpool, Renato Firmiano - que hoje é gerente de marketing - sempre pensava no próximo passo dentro da companhia e no que era necessário para desenvolver competências necessárias para atingir seu objetivo. Seu projeto durante o trainee foi na área de trade marketing. “Mas queria trabalhar na área de marketing”. Conseguiu. E, depois de passar pelas categorias de micro-ondas e lavanderia, foi selecionado para construir a área de marketing para o Caribe. Em 2009, mudou-se para Miami, nos Estados Unidos. Em 2010 a promoção para gerente chegou. “Conhecer o modelo de liderança e saber o que é esperado dos líderes foi muito importante para mim”, conta. Com movimentações feitas de dois em dois anos, ele recomenda aos trainees mais paciência e resiliência. “O trainee tem perfil bastante ansioso e ambicioso e é preciso tomar cuidado”, diz. Ele também recomenda que os jovens saiam da zona de conforto e busquem áreas que vão trazer mais visão de negócio.
A Whirlpool está com inscrições abertas para o programa de trainee até o dia 20 de junho.
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8. 12. Mariana Rydlewski Domingos, coordenadora de marketing do Grupo Fleury
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Após dois anos participando do programa de trainee do
Grupo Fleury, Mariana Rydlewski Domingos, conseguiu - no início deste ano - assumir como coordenadora de marketing. Para ela, ter tido contato com a liderança foi fundamental. “Essa proximidade traz não só a questão do networking, como também possibilita que o trainee tenha uma visão mais ampla do negócio e desenvolva um olhar estratégico”, diz. Além de aproveitar todas as vantagens oferecidas por um programa de trainee, Mariana também lembra a importância de ter a consciência de que a gestão de carreira é de responsabilidade do profissional. “O trainee deve saber aonde quer chegar e como vai fazer para chegar lá, e não delegar a gestão de carreira ao programa de trainee”, diz.
O Grupo Fleury está com inscrições abertas para trainee até o dia 27 de junho.
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9. Agora confira as dicas para aumentar suas chances de aprovação no programa de trainee
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