Apresentação (Getty Images)
Camila Pati
Publicado em 15 de agosto de 2013 às 06h00.
São Paulo – As mãos começam a suar e tremer, a voz falha e conteúdo desaparece da mente. Estar diante de uma plateia e ter que fazer uma apresentação pode ser bastante intimidador e só a ideia de passar por isso deixa muitos profissionais de cabelo em pé.
“É uma habilidade pouco desenvolvida”, diz Henrique Ohl, analista de treinamento do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios). Mas o que torna o falar em público um bicho de sete cabeças?
Pesquisa realizada pelo Nube com mais de 16,4 mil pessoas, em sua maioria jovens, investigou os principais obstáculos. Confira quais são e as dicas para se livrar ou aprender a lidar com eles:
1 Nervosismo
Para 34% dos participantes da pesquisa é o nervosismo o principal vilão de uma apresentação em público. “O ser humano busca aceitação e quando se aumenta a quantidade de pessoas a chance de agradar a todos diminui”, explica Ohl.
Pelo fato de muitos entrevistados ainda estarem dando seus primeiros passos profissionais, a falta de vivência em situações deste tipo contribui para o nervosismo. “É natural ter medo do desconhecido”, diz o analista de treinamentos.
Dica: Ao falar em público não se esqueça de que você está defendo uma ideia, não você mesmo. “Se o conteúdo não agradar não identifique com seu lado pessoal. Uma ideia que não seja aceita não significa que a negativa é para o profissional”, diz Ohl.
Outro conselho de Ohl é evitar o uso de laser caso você seja do tipo que treme a mão ao falar em público. “A pessoa percebe que está tremendo ao apontar o laser e fica mais nervosa porque já está nervosa”, diz ele.
2 Timidez
A timidez foi a característica citada como grande obstáculo para 33% dos participantes da pesquisa. Na opinião de Ohl, muitas pessoas associam, erradamente, a timidez à inabilidade de falar em público. “A pessoa pode ser reservada, mas se articula bem as ideias vai falar bem em público, porque são coisas diferentes”, explica.
Extrovertidos são mais articulados por uma questão de treino, de acordo com ele. “São pessoas que naturalmente falam mais porque se expõem mais e acabam desenvolvendo mais habilidade”.
Dica: Não vincule a timidez com a incapacidade de comunicação em público. Treine a comunicação. “Aproveite as oportunidades , busque situações em que você pode se expor com mais controle”, sugere Ohl. Cursos de oratória e teatro são boas alternativas para os tímidos.
3 Ansiedade
O medo do que está por vir. Para 27%, a ansiedade atrapalha tudo na hora de iniciar uma apresentação. “Isto está relacionado à falta de experiência porque grande parte dos entrevistados teve poucas oportunidades de apresentações na vida profissional ou acadêmica”, diz Ohl.
Dica: Antes de começar a apresentação aposte na tática de “quebrar o gelo”. “Conte uma história, converse com as pessoas antes do início, assim é possível ganhar o que a gente chama de rosto amigo, que são as pessoas que o profissional vai buscar olhar durante a apresentação”, indica Ohl.
4 Falta de concentração
O estado emocional influencia, e muito, a atenção. Para 6% dos entrevistados, a falta de concentração é o que mais prejudica a capacidade de falar em público. De acordo com Ohl, nervosismo e ansiedade são emoções que estão intimamente ligadas à perda de concentração de quem se vê diante uma plateia.
O despreparo também contribui para o agravamento deste quadro de pouca atenção. “Ás vezes a pessoa é pega desprevenida e não estudou o assunto”, diz Ohl.
Dica: Prepare-se, estude bem o tema da sua apresentação. Cuide do seu estado físico também “Comer direito e dormir bem são essenciais. Do contrário a pessoa pensa mais devagar mesmo, esquece o assunto”, diz Ohl.
Afinal tão importante quanto cuidar do assunto é cuidar de quem vai apresentar. Por isso caso haja algum problema ou uma preocupação urgente desmarque a apresentação para não se prejudicar.