Viagem de avião (/Fly_dragonfly/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 15h00.
Última atualização em 28 de dezembro de 2016 às 15h01.
Está planejando tirar do papel o sonho do intercâmbio em 2017?
Em geral, a dúvida mais frequente é: “Para onde eu vou?”. Mais difícil que responder a essa pergunta, porém, é saber exatamente qual programa se encaixa melhor ao seu momento – considerando tanto suas necessidades e expectativas quanto seu desempenho acadêmico, idiomas e condição financeira.
Com tantas opções de programas de estudo e trabalho, vale a pena gastar um tempo da preparação avaliando as alternativas disponíveis.
“A primeira decisão é saber o que quer”, sugere Thaïs Burnmeister, consultora de educação internacional. Se o objetivo do intercâmbio ainda não estiver claro, cabe começar por fazer uma auto avaliação sincera: “Tudo depende da disponibilidade do aluno. O que ele está buscando? Qual é sua situação financeira? Qual o seu nível de inglês? E seu desempenho acadêmico?”. Para Taïs, essas são as primeiras e mais importantes questões a se fazer.
A partir destas decisões, munir-se de informação é o segundo passo. Assim, é preciso pesquisar e entender: 1) quais são os tipos de programa e 2) quais destinos se encaixam melhor às suas expectativas.
Um bom começo para quem já está cursando universidade no país é tentar se informar de convênios e parcerias firmados entre a própria faculdade com outras no exterior. “Convênios são boas opções para aproveitar os créditos e diminuir o tempo de curso”.
Caso não existam convênios, ou o estudante não tiver sido aprovado para as vagas disponíveis, é possível “tentar por fora” – por meio de agências de intercâmbio ou entrando em contato diretamente com as universidades desejadas. Nos sites de cada instituição é possível conferir as opções de programas para alunos estrangeiros e as instruções para se inscrever.
Para Thaïs, os sites das universidades geralmente são muito densos, apesar de serem user friendly. Olhando com atenção, porém, eles são uma fonte rica de informação: não apenas informam o que cada lugar tem a oferecer, como dão as orientações necessárias para se candidatar.
A partir daí, é mais fácil saber se a universidade oferece o tipo de programa mais conveniente ao aluno, considerando a duração, valores, opções de bolsas, atividades e enfoques acadêmicos. Também é possível saber se o candidato tem as notas necessárias para participar do processo seletivo.
Pergunta 1: Qual é o meu desempenho acadêmico?
Quanto melhor o histórico escolar, maiores as chances de o candidato ser aceito pela universidade que almeja e maior o leque de opções que terá – independentemente de estar se candidatando pela universidade ou “por fora”. “É muito importante ter um bom desempenho, para ser mais competitivo”, argumenta a consultora.
Para quem não tiver um histórico impecável, porém, há duas opções: destinos menos concorridos, como universidades da Ásia e América Latina – que estão crescendo em qualidade e representatividade, bem como se internacionalizando e oferecendo cursos em inglês; ou os chamados “cursos de extensão” e “summer programs”, que, em geral, possuem um número de vagas maior.
Pergunta 2: Quanto tenho para investir?
Com um bom desempenho acadêmico, é possível se candidatar às diversas bolsas disponíveis – oferecidas tanto pelas próprias instituições como por governos e fundações. Para quem não é elegível às bolsas, há também alternativas que não dependem de investimentos tão altos, como cursos de curta duração, que duram de um a três meses. Geralmente voltados à prática do idioma local ou desenvolvimento de alguma habilidade complementar, são uma boa opção para quem ainda precisa adquirir fluência. Um estudante de engenharia que se interesse por gestão, por exemplo, pode decidir fazer um curso técnico em administração pelo período de 3 ou 6 meses.
Pergunta 3: O meu “destino dos sonhos” faz sentido pra mim?
“Em geral, eu não falo vá para esse ou aquele lugar”, responde de pronto Taïs, para aqueles que esperam uma solução fácil para as dúvidas mais difíceis. Para ela, mais importante é avaliar se determinada universidade pode oferecer aquilo que o estudante busca, sem levar em conta sua posição geográfica. Algumas universidades dão mais vazão à criatividade, por exemplo, enquanto outras priorizam programas de estágio. Há de se considerar ainda as opções de atividades extracurriculares que cada uma oferece, como esportes, trabalho voluntário e eventos. Tudo depende do interesse de cada um.
Além disso, é importante ser realista com relação a alguns critérios limitantes. Se o estudante tem interesse em conhecer a Alemanha, por exemplo, mas o curso escolhido exige um nível de fluência que ele não possui, a opção pode ser eliminada do “cardápio” – pelo menos no curto prazo. Outra instituição no mesmo país pode aceitar alunos que sejam fluentes em inglês, tornando essa alternativa muito mais viável.
Outra dica valiosa é fazer a boa e velha lista de prós e contras. “Eu sugiro ao aluno se organizar, fazer uma planilha com todas as suas opções, incluindo as datas de exames, requisitos para inscrição, etc”. Assim, fica mais simples visualizar quais são suas prioridades e não perder nenhum prazo, finaliza ela.
* Este artigo foi originalmente publicado pelo Estudar Fora, portal da Fundação Estudar