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2o lugar/Rio de Janeiro

Carreira Maravilhosa

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h32.

Quem trafega pela via Dutra, rodovia que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, encontra nos extremos das placas sinalizadoras um belo retrato das duas maiores cidades do Brasil. São Paulo está representada por arranha-céus, enquanto o Rio de Janeiro apresenta algo mais atraente aos olhos, o Pão de Açúcar. Esse fator "cartão-postal" funciona como item de desempate para profissionais qualificados em condições de escolher onde trabalhar. Foi o caso do gaúcho Eduardo Dias, de 26 anos, gerente de conta da IBM. Em 1995, quando entrou na empresa, em Porto Alegre, Dias já vislumbrava trabalhar no Rio. Ele queria conciliar boas oportunidades de trabalho com lazer.

Em 2000, depois de uma temporada em Curitiba, foi convidado a trabalhar no Rio vendendo produtos para companhias como Vale do Rio Doce, CSN e Peugeot. "Cheguei com o mercado em alta, logo depois das privatizações e da abertura do mercado de energia", conta Dias, que hoje atende somente à Petrobras, um dos mais cobiçados clientes da IBM, com amplas possibilidades de crescimento.

Assim como Dias, quem escolhe a capital carioca pela vista acaba ganhando muito mais. Não é à toa que a metrópole do Rio de Janeiro, com 5,8 milhões de habitantes, ocupa o posto de segundo maior centro econômico do país. No momento, os olhos estão todos voltados para a exploração de petróleo. O Brasil é a nova fronteira do setor no mundo. Os investimentos previstos para os próximos dez anos são calculados em 100 bilhões de dólares, com a possível geração de 250 000 postos de trabalho. Cerca de 30 empresas estrangeiras chegaram ao Rio desde a quebra do monopólio, há quase quatro anos. "Por causa disso, o mercado está ótimo para o topo da carreira", diz Antônio Carlos Martins, headhunter da Perfil Consultores. "Para começar as operações aqui, muitas empresas trouxeram executivos estrangeiros. Agora eles estão indo embora, abrindo postos para os brasileiros."

No setor de turismo, o Rio também é recordista em oportunidades. Cerca de 2 milhões de estrangeiros passam anualmente pela cidade, o que demanda gente preparada para mostrar o que a cidade tem de melhor. A capital carioca é também o segundo mercado brasileiro em empresas de informática. Há cerca de 4 000 empresas de software na cidade, crescendo mais de 15% ao ano. Por que o Rio de Janeiro foi alvo dessa expansão? Uma boa explicação é o fato de companhias desse setor precisarem de gente muito qualificada. "O mercado daqui é ótimo para o nível intelectualizado", diz o deputado federal Airton Xerez, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Rio. A cidade exibe média de 8,2 anos de estudo, bem maior que a média nacional de 5,5 anos. Tem seis universidades públicas e 50 privadas. Além disso, são 62 instituições de pesquisa e centros de excelência. "A área de ciência e tecnologia absorve boa parte do mercado de trabalho", diz Marco Aurélio Ruediger, professor da Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, ligada à FGV/RJ. Grandes empresas, turismo, petróleo, tecnologia, serviços e, ainda por cima, o Pão de Açúcar. O Rio é mesmo uma cidade maravilhosa.

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