Willemstad, capital de Curacao: visto de nômade digital vale por 6 meses no país (Divulgação/Getty Images)
Alguns executivos, como o bilionário Elon Musk, podem até exigir que os seus funcionários retornem ao escritório, mas a verdade é que esse comportamento é uma exceção.
Cada vez mais empresas entenderam que o trabalho remoto pós-pandemia veio para ficar e estão criando políticas para se adaptar a isso, sob o risco de perder talentos.
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Com a moradia deixando de ser restrita ao mesmo CEP do empregador, muitos profissionais estão aproveitando para mudar de cidade, estado e até mesmo de país, em um movimento conhecido como anywhere office.
De acordo com o site de rastreamento de tendências Exploding Topics, as pesquisas pelo termo "vistos para nômade digital" dispararam 376% no último ano.
"As pessoas querem viver novas experiências, oferecer oportunidades de vida mais interessantes para suas famílias, educar os filhos em um ambiente internacional e ter benefícios flexíveis. Esse movimento está definindo o mapa da economia global”, diz Diana Quintas, CEO da Fragomen, consultoria de imigração.
Por outro lado, destinos turísticos e países com pouca densidade populacional estão aproveitando a oportunidade e criando os próprios vistos para nômades digitais. Segundo dados da Fragomen, desde 2019, pelo menos 28 países disponibilizaram uma autorizações do tipo, incluindo o Brasil.
"O primeiro país a criar esse tipo de visto foi a Estônia, mas os todos os outros vieram pós-pandemia. Para os países é uma chance de reaquecer o turismo, mas ainda melhor, porque morando no país você consome mais do que passando férias", diz Quintas.
A especialista comenta que, salvo algumas peculiaridades, os vistos para nômade digitais são bastante parecidos entre si. A principal semelhança é a necessidade de comprovar vínculo com um empregador fora do país. Fora isso, a maioria também exige que os candidatos tenham uma renda mínima anual.
"Poucos oferecem a possibilidade de trabalhar porque a ideia é não competir com a mão de obra local", diz Quintas.
Alguns desses país também oferecem benefícios adicionais, como a possibilidade de levar cônjuges e filhos, ou vistos que também dão direito a outros documentos como carteira de motorista e conta bancária.
Entre a lista dos 28 países que adotaram o visto de nômade digital estão lugares paradisíacos e que talvez já tenham sido considerados destino de férias de algumas pessoas, como Curaçao e Grécia. Mas também há outros pouco conhecidos, como os arquipélagos de Seychelles e Monserrate.
Para todos, as autorizações são válidas para brasileiros que responderem aos critérios de renda e de emprego. Com tantas e variadas opções, Quintas acredita que o movimento de pessoas fazendo as malas e emigrando só começou.
"Antes da pandemia, 169 milhões de pessoas mudaram de país para trabalhar, em 2019. Esse patamar deve ser superado em breve já que só nos Estados Unidos o número de vistos negados caiu na administração Biden, fora as novas autorizações", diz.
"Isso quer dizer que mais empresas receberão solicitações do tipo dos seus funcionários. Se preparar e criar condições de que eles trabalhem em outro lugar vai ser um diferencial competitivo para as organizações", completa.
País |
Validade do visto |
Anguila |
91 dias a 12 meses |
Antígua e Barbuda | 2 anos |
Argentina | 6 meses |
Bahamas | 1 ano |
Barbados | 1 ano |
Bermudas | 1 ano |
Brasil | 1 ano |
Cabo Verde | 180 dias |
Ilhas Cayman | 2 anos |
Costa Rica | 1 ano |
Croácia | 1 ano |
Curaçao | 6 meses |
Chipre | 1 ano |
Dominica | 18 meses |
Estônia | 90 dias ou 1 ano |
Geórgia | 180 dias |
Grécia | 1 ano |
Hungria | 1 ano |
Islândia | 90 a 180 dias |
Malta | 1 ano |
Ilhas Maurício | 1 ano |
Montserrat | 1 ano |
Panamá | 9 meses |
Romênia | 180 dias |
Seychelles | 1 ano |
Emirados Árabes | 1 ano |
Emirados Árabes (Dubai) | 1 ano |
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