Carreira

2025 deve ser o ano da revenge quitting, dizem especialistas

Um dos problemas que geram a demissão 'por vingança' é a desconexão entre os líderes e a força de trabalho

Funcionários de todos os setores estão cada vez mais se envolvendo num "teatro de produtividade" (PeopleImages/Divulgação)

Funcionários de todos os setores estão cada vez mais se envolvendo num "teatro de produtividade" (PeopleImages/Divulgação)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 12h54.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 13h02.

Com o mercado de trabalho aquecido e o ressentimento dos funcionários crescendo, a "demissão por vingança" parece estar no horizonte para 2025.

Edel Holliday-Quinn, psicóloga empresarial, disse ao Business Insider que alguns trabalhadores se sentem esgotados e subvalorizados em parte devido ao aumento da carga de trabalho e a uma indefinição sobre o trabalho híbrido. Em 2025, ela disse que muitas pessoas estão pensando "Ano novo, emprego novo".

"O mercado de trabalho está começando a esfriar e, para aqueles que estavam fervendo de frustração, este pode ser o ano em que finalmente vão pedir demissão — não apenas silenciosamente, mas em voz alta", disse Holliday-Quinn. "A demissão por vingança", ela disse, é quando os funcionários saem não apenas para seguir em frente "mas para fazer um ponto".

Burnout e ambiente tóxico

Analistas de emprego disseram anteriormente à BI que o "Grande Desapego" está assolando os locais de trabalho e é um dos maiores desafios que os líderes enfrentam.
Junte isso ao fato de que pode ser mais fácil mudar de emprego no ano que vem, e os empregadores podem logo perceber que seus melhores talentos estão abandonando o barco.

De acordo com especialistas em ambiente corporativo, funcionários de todos os setores estão cada vez mais se envolvendo num "teatro de produtividade" e ocupação performática para passar o dia de trabalho.

Pelo nono ano consecutivo, a plataforma de benefícios para funcionários Businessolver entrevistou 20 mil funcionários, profissionais de RH e CEOs em seis setores sobre o estado da empatia no local de trabalho. O relatório descobriu que 42% de todos os entrevistados e 52% dos CEOs relataram trabalhar em um ambiente tóxico.

Em 2023, as pessoas estavam "se candidatando com raiva" para empregos, rolando com raiva os anúncios de emprego quando estavam fartas. A demissão por vingança é semelhante, com a vingança adicional de mudar para algo melhor.

Holliday-Quinn, que trabalhou em altos cargos no Citi e na PwC, disse que os funcionários relataram estar sobrecarregados, devido a cortes e cargas de trabalho mais pesadas, agravadas por ofensas dentro do local de trabalho.

"Essa desconexão entre liderança e força de trabalho não é apenas um problema de comunicação", disse ela. "É uma crise de retenção esperando para acontecer."

A dinâmica geracional também está em jogo, com a geração Z sendo cética sobre subir na escala corporativa por pouco retorno. Os trabalhadores mais jovens estão "menos dispostos a tolerar culturas de trabalho desatualizadas ou hierarquias rígidas", disse Holliday-Quinn.

"As empresas que não se adaptarem a essas expectativas terão dificuldade para reter a próxima onda de talentos", disse ela.

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