Entenda por que, mesmo com a evolução da IA, a responsabilidade legal e o cuidado humano blindam profissões regulamentadas (Getty Images). (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 16 de outubro de 2025 às 16h29.
Empresas que correm para entregar o máximo de tarefas possível à inteligência artificial (IA) estão falhando. Segundo o consultor de negócios Chris Erhardt, a crença de que a IA pode assumir toda a análise e execução é ingênua. O sucesso exige focar em duas categorias de trabalho onde a máquina não pode — ou não deve — atuar.
A primeira área é o núcleo humano. Esta categoria abrange os aspectos desorganizados, não estruturados e emocionais do trabalho que nenhum algoritmo consegue replicar de forma confiável. Erhardt lembra que 80% dos projetos corporativos de IA fracassaram, em parte, devido a essa limitação.
A IA prospera em dados estruturados, mas o mundo real exige tomar decisões com informação incompleta, prioridades conflitantes e consequências incertas.
Nenhuma máquina consegue pesar as camadas políticas, éticas e emocionais dessas decisões. Além disso, a ética e a moral são exclusivas dos humanos: Algoritmos seguem parâmetros, mas não possuem consciência ou contexto cultural para decidir o que é justo, seguro e correto.
A criatividade genuína também é humana, pois não é uma remixagem de dados, mas nasce da experiência vivida.
E, sobretudo, a inteligência emocional e a empatia são a base da confiança, algo que nenhum chatbot pode replicar.
Para prosperar, profissionais precisam dobrar a aposta em habilidades humanas, investindo em pensamento crítico e comunicação. As empresas que triunfam cultivam as habilidades humanas que a IA não pode tocar.
A segunda área é o muro regulatório. Esta categoria define as profissões onde a IA não tem apenas limitações técnicas, mas está legalmente impedida de ter a palavra final, pois a sociedade exige que um humano assuma a responsabilidade final. Na aviação, a IA auxilia, mas a atuação exige humanos na cabine, licenciados e responsáveis por cada decisão; a responsabilidade por vidas não pode ser delegada a um software.
Na medicina, a IA apoia o diagnóstico, mas apenas um médico ou enfermeiro licenciado pode prescrever medicamentos ou realizar cirurgias. O mesmo princípio se aplica ao direito e à engenharia: o algoritmo não pode atuar em tribunal ou arcar com a responsabilidade legal de um advogado ou engenheiro que assina os projetos.
A IA deve funcionar como uma ferramenta de apoio. As organizações precisam reformular programas de treinamento para que profissionais licenciados sejam fluentes em supervisionar a IA de forma responsável, combinando autoridade regulatória com eficiência tecnológica.
Essas categorias se cruzam nas profissões mais críticas. Um advogado não apenas segue o procedimento, mas exerce julgamento sobre o que ressoará com o júri.
O futuro pertence aos profissionais que integram habilidades humanas insubstituíveis com sua expertise regulamentada, usando a IA como um multiplicador de força. O sucesso na era da IA não virá da automação máxima. Virá da capacidade das empresas de preparar seus profissionais para fazer o que as máquinas não podem, incentivando-os a colaborar com a IA, e não a competir contra ela.
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