Carreira

Estes 17 cargos na área de tecnologia vão bombar em 2019

Levantamento exclusivo mostra aos profissionais da área de TI o que será mais requisitados pelas empresas no próximo ano

Tecnologia: “Estamos no momento das empresas olharem para os dados captados de forma mais eficiente" (d3sign/Getty Images)

Tecnologia: “Estamos no momento das empresas olharem para os dados captados de forma mais eficiente" (d3sign/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 11 de dezembro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 17 de janeiro de 2019 às 10h51.

São Paulo - Sem dúvidas, em 2018 o mercado de trabalho estava ótimo para os profissionais de tecnologia da informação.

A área, antes limitada a serviços pontuais, se tornou estratégica dentro das empresas de qualquer indústria, de acordo com especialistas de recrutamento em TI. Para o próximo ano, as contratações devem crescer, com alguns cargos e profissionais sendo mais demandados.

Com exclusividade para EXAME, as consultorias Robert Half, Talenses, Page Personnel e a empresa Catho fizeram um levantamento sobre as tendências para 2019.

De acordo com Renato Trindade, gerente da Page Personnel, o destaque continuará em torno de profissões especializadas no uso de dados digitais, com foco nos profissionais de alta demanda e ainda escassos no mercado: os cientistas de dados.

“Estamos no momento das empresas olharem para os dados captados de forma mais eficiente. Temos um grande volume de informações, mas como podemos protegê-los, como fazê-los virar estratégia de negócio e solução?”

A maior atenção e investimento das empresas para a tecnologia deve mudar o perfil dos profissionais mais valorizados. Para Carolina Cadorin, diretora da Hays, setores como agronegócio, saúde e educação devem seguir o mesmo caminho das fintechs, startups do setor financeiro, tornando a tecnologia central e inovadora em cada área.

“No passado, o profissional de TI que soubesse a linguagem dos negócios era valorizado. Hoje, não é apenas o diferencial, mas um requisito básico”, explica ela.

A adaptação mais acelerada das empresas para a era digital pode trazer mudanças nos níveis hierárquicos mais altos, levando à criação de mais cargos de diretores e gerentes especializados em TI.

Segundo Leandro Bittioli, gerente sênior da divisão de TI e digital da Talenses, as empresas podem procurar por executivos de confiança que liderem a transformação digital, criando cargos como CDO (Chief Data Officer), para coordenar o uso de dados, ou CTO (Chief Technology Officer).

Além disso, Bittioli chama atenção para os reflexos da nova lei de proteção de dados, sancionada pelo presidente Michel Temer em agosto, que estipula diretrizes de como as empresas podem utilizar os dados digitais de seus clientes e usuários.

“Para esse ano, a segurança da informação passa a ser uma preocupação maior dentro das empresas, o que pode levar a ter um profissional especializado responsável pelo tema para impedir qualquer tipo de vazamento de dados ou uso inadequado deles”, comenta.

Confira a lista com as 17 profissões que vão se destacar em 2019:

Gerente de TI

O que faz: gerencia toda a área TI da empresa, que geralmente é subdividida em três partes: sistemas; infraestrutura e segurança.

Perfil: visão estratégica, boa comunicação e conhecimento em idiomas.

Salário: entre R$ 14 mil e R$ 25 mil.

Por que está em alta: para posições gerenciais, as empresas buscam profissionais com perfil de liderança, mas que apresentem o conhecimento técnico necessário para atuar mais próximo da operação. Os times têm se tornado muito ágeis, o que exige um líder que trabalhe junto de sua equipe para direcioná-la. Neste novo cenário, os gestores que apenas delegam perdem a vez para aqueles com um perfil mão na massa.

Gerente de projetos

O que faz:  planeja e controla a execução de projetos em desenvolvimento de software.

Perfil: profissionais generalistas e analíticos, sempre abertos a mudanças e com forte contato com diversas áreas de negócios dentro da empresa. Normalmente têm certificações e se especializam em uma metodologia específica de gestão de projetos. Podem seguir para área de projetos ágeis ou projetos tradicionais (cascata).

Salário: entre R$ 2,5 mil a R$ 20 mil.

Por que está em alta: crescente expansão de diversos projetos simultâneos na área de TI, por isso a necessidade de profissionais especializados em gestão de projetos.

“É uma mudança forte, pois as empresas estavam terceirizando essa parte para consultorias, alocando alguns profissionais por um determinado tempo. Após o final do projeto, eles iam embora. Agora, vão internalizar esse profissional, que precisa entender a cultura e funcionamento da empresa”, explica o gerente da Page Personnel.

 Profissional da área de suporte

O que faz: presta suporte/assistência a clientes internos ou externos com objetivo de solucionar problemas técnicos.

Perfil: profissional que terá muito contato com clientes internos e externos para atender a chamados e demandas de suporte à tecnologia. É extremamente comum que seja exigido fluência em outros idiomas para essa posição.

Salário: entre R$ 1,5 mil a R$ 5,5 mil.

Por que está em alta:  há a necessidade de auxiliar as operações de grandes empresas para suporte a suas tecnologias.

Especialista de Business Intelligence (BI)

O que faz:  organiza a coleta de dados e extrair informações que ofereçam suporte para a gestão de negócios, podendo, inclusive, atuar no monitoramento das informações coletadas.

Perfil: excelente background profissional no setor de BI, conhecimento em modelagem de dados e foco na interpretação das análises.

Salário: entre R$ 10 mil e R$ 16,5 mil.

Por que está em alta: em decorrência da alta competitividade entre empresas do mesmo segmento, é necessário traçar estratégias cada vez mais assertivas. Para atingir esse objetivo, o profissional de BI é uma peça essencial no processo de analisar dados que poderão auxiliar em importantes tomadas de decisão.

Analista de BI com foco em análise de mercado e ETL

O que faz: extrai, trata e consolida (ETL, do inglês, Extract, Transform and Load) grande quantidade de dados transformando-os em informações relevantes para a empresa.

Perfil: é preciso ter compreensão do negócio de maneira holística, para gerar insights e senso de priorização.

Salário: entre R$ 5 mil e R$ 11,5 mil.

Por que está em alta: concorrência cada vez mais acirrada entre empresas que demandam profissionais com alta capacidade de análise de dados de mercado para apoiar no desenvolvimento da melhor estratégia de negócio.

Programador Front-end

O que faz: pensa em como será a experiência de visualização web para o usuário de um determinado site. Profissionais dessa área devem estar alinhados com as novas tendências do segmento, como bibliotecas e frameworks, uma vez que são responsáveis pelo design, conteúdo e funcionalidade da camada frontal de um site.

Perfil: normalmente, os programadores front-end não encontram uma formação acadêmica específica, e acabam se tornando verdadeiros autodidatas que migram de diversas áreas de conhecimento.

Salário: entre R$ 2 mil e R$ 5 mil

Por que está em alta: com um número cada vez maior de sites espalhados pela internet, a necessidade por  um desenvolvedor front-end são ilimitadas. O que também significa que esse profissional é desejado para as mais diversas áreas, dentre elas agências de marketing, estúdios de design gráfico, empresas de software e engenharia, dentre outras. Além disso, muitos acabam optando por ser tornarem autônomos, o que dá mais flexibilidade para área.

UX/UI - Usabilidade, interface e interação

O que faz: decide como vai ser a experiência de uso de uma interface — a forma como ela guia o usuário, como ele se sente utilizando aquele sistema e qual é a forma como a interface é apresentada.

Perfil: elabora mapas de navegação do usuário, testes de usabilidade, criação, desenvolvimento e implementação de soluções inovadoras e atraentes, desenvolve protótipos,  monitora fluxo do usuário e de processos, ligando a interação comunicativa às ideias de Design.

Salário: entre R$ 4 mil a R$ 15 mil

Por que está em alta: necessidade das empresas em cuidar da experiência que seus usuários têm com seus produtos e serviços.

Desenvolvedor Full-Stack

O que faz: desenvolve softwares para gestão e alteração da base de dados, além de softwares para interface com o usuário final.

Perfil da vaga: comprometimento com resultados e prazos, além da capacidade de trabalhar em equipe.

Salário: entre R$ 5 mil e R$ 14 mil.

Por que está em alta: a visão mais completa do sistema e a flexibilidade de trabalhar com diferentes etapas de desenvolvimento - desde o sistema do servidor até o software da interface final com o usuário - fazem com que este profissional seja altamente disputado pelas empresas, elevando assim, os salários ofertados.

Desenvolvedor mobile

O que faz: desenvolve softwares para utilização em equipamentos móveis, como smartphones e tablets.

Perfil: comprometido com resultados e prazos, alta capacidade de trabalhar em equipe.

Salário: entre R$ 6 mil e R$13 mil.

Por que está em alta: a tecnologia está se tornando cada dia mais presente na palma da mão de todos, por meio dos dispositivos móveis. Por essa razão, muitas companhias de diferentes segmentos querem desenvolver seus próprios aplicativos em versão mobile, enquanto outras empresas têm nos aplicativos sua principal fonte de renda. Todos estes apps são desenvolvidos por desenvolvedores mobile, o que aumenta a demanda neste segmento profissional.

Chief Technology Officer

O que faz: gerencia toda a área de Tecnologia de empresas de grande porte, onde a tecnologia é um fator fundamental para a diferenciação mercadológica da empresa frente aos seus concorrentes.

Perfil: visão generalista, com muita capacidade de interação e de influenciar positivamente os resultados da empresa.

Salário: entre R$ 20 mil e R$ 35 mil.

Por que está em alta:  é uma posição relativamente nova no mercado de trabalho. São poucos profissionais que estão realmente preparados para assumir esta posição, portanto, a baixa oferta deste perfil tem como consequência o aumento do salário oferecido.

Chief Data Officer

O que faz: lidera a transformação digital das empresas. O trabalho do CDO permite que tecnologias como big data, internet das coisas, mobilidade e inteligência artificial e metodologias e conceitos como design thinking, design sprint, Scrum, DevOps e MVP sejam adotados para melhorar o desempenho e eficiência da companhia, alcançado e garantindo resultados melhores numa maior velocidade.

Perfil: precisa ser um profissional híbrido, acostumado com as rotinas de tecnologia e com o universo digital. Ter capacidade de se envolver em múltiplas tarefas na empresa, como tomadas de decisões por meio de dados, transformação de processos e de conhecimento, habilidade para se relacionar com os responsáveis  pelas diversas áreas, como produção, vendas e marketing, além de tecnologia da informação; e conseguir lidar com a cultura organizacional da empresa, principalmente com a transformação de pessoas e não só da TI, dentro do contexto de transformação digital.

Salário: entre R$ 30 mil a R$ 45 mil

Por que está em alta: segue a mesma tendência que o CTO, com as empresas buscando lideranças de confiança para sua transformação digital e com mais atenção para a proteção de dados com a nova regulamentação no país.

Gerente de Segurança da Informação

O que faz: cuida da segurança dos dados da empresa. Evita que informações vazem ou que usuários indesejados entrem no sistema da empresa.

Perfil da vaga: profissional extremamente atualizado sobre todas as alterações tecnológicas disponíveis no mercado.

Salário: entre R$ 17 mil  e R$ 25 mil.

Por que está em alta: o risco de invasão de sistemas pode causar um prejuízo inestimável aos negócios. Por essa razão, e pela recorrência de problemas enfrentados em escala global por grandes empresas, a demanda por especialistas nesta área tem aumentado.

Programador de Java

O que faz:  aplica a linguagem Java em diversas plataformas e dispositivos, sendo muito útil para o desenvolvimento de aplicativos.

Perfil: os profissionais são formados em cursos de graduação como Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Ciência ou Engenharia da Computação, por exemplo. Ainda assim, é necessário ressaltar que apenas o curso superior não garante o sucesso como programador. A área exige aprofundamento, por meio de cursos presenciais e onlines, livros, fóruns, dentre outros. Especialização é a palavra que norteia essa profissão. Outra questão importante são as possibilidades de vagas para esse esse profissional: grandes grupos, startups, fábricas de software, agências e até mesmo empresas que não são da área de tecnologia.

Salário: entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

Por que está em alta: por ser multiplataforma, a linguagem Java ganhou espaço em diferentes dispositivos, tornando-se quase que onipresente e norteando todo o mercado tecnológico, o que a torna cada vez mais requisitada pelo mercado de trabalho. O profissional dessa área precisa enxergar oportunidades de futuro, uma vez que as empresas estão totalmente ao dispor de inovações.

Engenheiro de Inteligência Artificial

O que faz: ensinar computadores a "pensar" como humanos é o nicho de trabalho do engenheiro de Inteligência Artificial (IA), área também conhecida como machine learning, ou em tradução literal, aprendizado de máquina. Em grandes empresas, prepara listas de sugestões para usuários, cruzar dados e informações. Com base em cálculos que recriam a decisão do cérebro, coleta dados, identifica padrões e insere as informações no sistema, dando vida a uma ferramenta que "entende" tudo sobre o seu usuário.

Perfil ainda não há graduação específica para a área, mas cursos como Tecnologia da Informação (TI), matemática, engenharia da computação são os mais comunsentre profissionais desse mercado, além de habilidades de codificação muito mais fortes que habituais.

Salário: entre R$ 6 mil e R$ 10 mil.

Por que está em alta: com a aplicação de IA em vários nichos de mercado, principalmente as áreas de domínio industrial, as empresas têm buscado operar em diferentes verticais e aderindo ao conceito de personalização. Plataformas de streaming tem mudado a forma com que os usuários consomem seus produtos, oferecendo itens que se adequem ao seu gosto pessoal. Esse método também é utilizado em sites de currículo, que cruzam dados de empresas e candidatos, criando um grande “match” entre as duas. Além disso, essa interligação de dados que podem ser observadas em outros segmentos como reconhecimento de imagens e voz, medicamentos e até cibercriminalidade.

Cientista de Dados

O que faz: traz insights decisivos para a empresa, tornando-a mais inteligente, fazendo o tratamento do dados históricos que a empresa possui, ou no caso os dados do seus clientes, que poderão ser decisivos em tomadas de decisões futuras da empresa. São informações valiosas, que podem levar a performance da empresa para outro patamar, pois dão o foco correto para onde a estratégia da empresa deve se direcionar.

Perfil: profissionais analíticos, com pensamento lógico, habilidade com números, conhecimento em programação, com formação em Computação, Estatística, Matemática, e similares.

Salário: entre R$ 10 mil e R$ 20 mil.

Por que está em alta: continua a tendência de 2018 de alta demanda por profissionais na área, que são escassos, e a valorização da área deve crescer em empresas de diversos setores.

Desenvolvedor de projetos de ERP

O que faz:  desenvolve projetos de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning). Atua no levantamento de requisitos, mapeamento de processos e modelagem de dados, estuda e implementa sistemas de acordo com as regras de negócio acordado. Soluciona bugs técnicos, indica o caminho a seguir, mostrando possíveis soluções. Atua também no treinamento de usuários e criação de documentação.

Perfil: muitas vezes dividido entre "funcional" e "programador" em que o primeiro é responsável pelo contato com usuários e levantamento dos requisitos e o segundo  programa o sistema em si. Em alguns casos encontram-se profissionais "híbridos" com ambas atuações.

Salário: entre R$ 2 mil a R$ 9 mil

Por que está em alta: necessidade de uso de sistemas de gestão interna das empresas.

Gerente da Informação/Banco de dados

O que faz: gerencia, instala, configura, atualiza e monitora um banco de dados ou sistemas de bancos de dados de uma ou mais empresas.

Perfil: especialistas em um banco de dados específico ex: Oracle, SQL, etc. Possui conhecimentos em linguagens específicas de banco de dados e conhecimentos em estruturas de banco de dados.

Salário: entre R$ 3 mil a R$ 9 mil

Por que está em alta: necessidade de profissionais que dominem e consigam ligar com um constante aumento no volume de dados armazenado e integrado nas empresas.

 

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