Brasil

Ministro da Defesa deve apresentar a Lula opções para compra de novo avião presidencial

José Múcio também irá relacionar outras possíveis aquisições das Forças Armadas

O presidente Lula (centro); o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (à dir.); e o comandante do Exército, general Tomas Paiva (à esq.), participam da celebração do Dia do Exército, em Brasília, em 19 de abril de 2023 (AFP/AFP)

O presidente Lula (centro); o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro (à dir.); e o comandante do Exército, general Tomas Paiva (à esq.), participam da celebração do Dia do Exército, em Brasília, em 19 de abril de 2023 (AFP/AFP)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 17 de outubro de 2024 às 06h37.

Última atualização em 17 de outubro de 2024 às 06h41.

O ministro da Defesa, José Múcio, deve apresentar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, quando o mandatário voltar da viagem à Rússia, as opções para a compra de um novo avião presidencial. No dia 1º de outubro, a aeronave usada por Lula apresentou problemas após decolar da cidade do México com destino a Brasília.

As possibilidades de aviões que podem ser adquiridos vão constar em uma lista de novos equipamentos que as Forças Armadas necessitam. Em uma reunião na manhã de quarta-feira, que não constava da agenda oficial do presidente, Lula e Múcio combinaram que o Exército, a Marinha e a Força Aérea vão elaborar a relação para ser discutida após a viagem.

"Sucatinha", sucatão" e "cafona": os aviões usados pelos presidentes do Brasil

O encontro de quarta-feira foi o primeiro do ministro da Defesa com o presidente depois de Múcio afirmar, na semana passada, que “questões ideológicas” impediram a conclusão de uma licitação feita pelo Exército brasileiro para a compra de 36 veículos blindados de uma empresa israelense.

Em uma entrevista no dia 11, Lula contou que Múcio lhe telefonou “apavorado” depois da declaração.

"O ministro José Múcio me ligou apavorado porque achava que falou alguma coisa que não deveria ter falado. Eu falei 'José Múcio não se preocupe, aquilo que a gente falou já está falado, já foi explorado, esqueça, toca o barco para frente' [...] 'Você não vai perder um centímetro de importância comigo por causa disso'. Sou muito amigo dele. Não abalou em nada a permanência dele no Ministério da Defesa".

De acordo com interlocutores do ministro da Defesa, o assunto não foi tratado na reunião de quarta-feira. O encontro teria se restringido apenas à discussão sobre a possibilidade de compras de novos equipamentos.

Lula já havia pedido ao ministro da Defesa uma proposta de compra de uma nova aeronave presidencial. A Força Aérea trabalha na busca de modelos que atendam esse padrão de avião, com sala de reuniões e espaço reservado para comitiva mais próxima ao presidente, levando em consideração fatores de disponibilidade no mercado e preço.

"Tiramos uma lição. Vamos comprar não apenas um avião, mas é preciso comprar alguns aviões, porque o Brasil, um país grande, a gente ser pego de surpresa? Então vamos preparar. Eu pedi que o ministro da Defesa me fizesse uma proposta. Vamos comprar um avião para o presidente da República entendendo que a ignorância não pode prevalecer. O avião é para o presidente da República, não é para o Lula, Bolsonaro, FHC, é para instituição, quem quer que seja eleito", afirmou Lula em entrevista em Fortaleza em 11 de outubro.

No dia 1º, o Airbus A319CJ, conhecido como “Aerolula”, apresentou problemas logo após a decolagem e teve que ficar quase cinco horas dando voltas na Cidade do México para queimar combustível antes de poder retornar ao aeroporto.

De acordo com a Força Aérea, a aeronave, que foi adquirida em 2004, apresentou "uma anomalia técnica" o que resultou em "alta vibração em uma das turbinas". Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) foi enviada ao México para apurar as causas do incidente.

O avião segue na capital mexicana. A FAB está negociando o conserto local do avião para retirá-lo do país. Por causa disso, Lula viajará para a Rússia, onde participará da Cúpula dos Brics de 22 a 24 de outubro, na cidade de Kazan, em KC-30, em maior avião da Força Aérea Brasileira.

O modelo tem capacidade de levar 230 passageiros e autonomia de voo de 12 horas. O avião, no entanto, não tem o mesmo conforto que o Airbus A319CJ. Embora o KC-30 tenha uma área com poltronas mais confortáveis, não possui a configuração do avião presidencial, que é dividido em três partes. A principal com cerca de 10 poltronas, leva as principais autoridades a bordo. No meio há uma sala, com uma mesa no centro e, na parte de trás da aeronave, viajam os assessores e demais convidados do voo oficial, em aproximadamente 40 assentos semelhantes aos de aviões comerciais.

Lula vai retornar ao Brasil no dia 25, mas deve desembarcar em São Paulo. O presidente só deve voltar a despachar em Brasília no dia 27.

Acompanhe tudo sobre:FABLuiz Inácio Lula da SilvaJosé Múcio MonteiroMinistério da DefesaAviões

Mais de Brasil

Nunes desiste de participar de debate com Boulos desta quinta-feira

Tarifa de ônibus deve seguir congelada em São Paulo no ano que vem, afirma Nunes

8 de janeiro: pedidos de extradição de bolsonaristas chegam à embaixada do Brasil na Argentina

Grande São Paulo tem 74 mil residências sem energia, diz Enel