12 de setembro de 2024 às 11:56
No século 20, com destaque para os anos 1970 e 1980, numa época sem computador para fazer a compra com poucos cliques, ir até uma grande loja de departamentos - as famosas magazines - era quase como um evento especial.
Muitas famílias iam juntas para visitar os corredores e descobrir os produtos dos momentos em gigantes como Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro.
A EXAME separou cinco grandes lojas que bombaram nas últimas décadas do século passado e te conta o que aconteceu com cada uma delas. Boa volta ao tempo! E boas compras.
Não tem como falar de lojas de departamento dos anos 1980 sem citar a Mesbla, a líder do mercado por décadas. Inaugurada em 1912 no Rio de Janeiro, a rede foi, pelo menos nas primeiras décadas do século passado, a maior varejista do país.
No seu auge, por volta dos anos 1980, chegou a ter 180 pontos de venda e depósitos pelo país, com lojas icônicas e enormes em vários Estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul e, claro, Rio de Janeiro.
Nas unidades, era comum ouvir os funcionários dizerem que por lá, vendiam quase tudo. “Só não vendemos caixão”, brincavam. Tinha eletrodomésticos, roupas, máquinas e roupas de cama. Em 1986, foi eleita a empresa do ano pela EXAME.
Em 1995, a Mesbla entrou em concordata, que era o instrumento de recuperação existente à época, hoje atualizado para recuperação judicial. O processo durou dois anos.
Em 1997, foi vendida ao empresário Ricardo Mansur, que tentou dar sobrevida à empresa, focando na queda dos preços e focando em classes mais baixas. Mas não deu certo. A empresa faliu em 1999.
Um ano depois da Mesbla nascer no Rio de Janeiro, nascia em São Paulo sua principal concorrente, a Mappin. A marca virou uma referência no varejo brasileiro durante praticamente todo o século 20 e trouxe várias novidades para o mercado brasileiro.
Assim como a Mesbla, ficou conhecida por suas lojas icônicas. A maior delas foi inaugurada em 1939 na Praça Ramos de Azevedo, na capital paulista.
Nos anos 1980, chegou ao seu auge, chegando a ultrapassar, inclusive, concorrentes como a Mesbla. Em 1983, foi reconhecida como uma das principais empresas de varejo da década pela EXAME.
Os problemas financeiros, porém, seguiram um ritmo parecido ao da rival. No início dos anos 1990, a empresa comprou a Sears, outra importante rede da época.
Em 1996, a empresa foi vendida para o empresário Ricardo Mansur, que viria a comprar, no ano seguinte, também a Mesbla. O executivo trabalhou para transformar o modelo de negócio da empresa em franquia, mas não deu certo. A empresa entrou em falência em 1999.
Em 2010, a Rede Marabraz adquiriu, em leilão público, os direitos para usar a marca Mappin por 5 milhões de reais. A partir daí, lançou um e-commerce, que funciona até hoje.
Outra loja que bombava muito nos anos 1970 e 1980 era a Lojas Arapuã, uma das maiores redes de varejo do país. A empresa chegou a ter mais de 220 lojas espalhadas pelo Brasil, vendendo, majoritariamente, eletrodomésticos.
Em 1996, quando outras varejistas já enfrentavam crises, a Arapuã chegou a bater um faturamento bilionário de 2,2 bilhões de reais, conforme noticiou a EXAME na época. O lucro líquido atingiu 119 milhões de reais.
Em 1998, a empresa entrou em concordata, instrumento semelhante ao que é hoje a recuperação judicial. A partir do acordo, tentou reestruturar o negócio, aumentando o portfólio de produtos. Mas não conseguiu voltar a se equilibrar economicamente.