6 de maio de 2025 às 14:04
Eles vendem shows esgotados, estrelam campanhas com a Coca-Cola e arrastam multidões aos estádios. Mas ninguém sabe quem são. Os VTubers, avatares digitais controlados por criadores anônimos, já movimentam milhões no Japão — e agora tentam conquistar os Estados Unidos.
Por trás desse movimento está a Hololive, agência e estúdio de produção fundada por Motoaki Tanigo. A empresa comanda uma legião de personagens que parecem saídos de um anime, mas que funcionam como influenciadores com milhões de seguidores e contratos comerciais robustos.
A aposta da Cover Corporation, dona da Hololive, agora, é expandir esse modelo para o Ocidente. A empresa, que estreou na bolsa de Tóquio em 2023 e hoje vale o equivalente a 950 milhões de dólares, abriu uma subsidiária nos EUA e já formou um time de quase 40 criadores em inglês.
“Nos Estados Unidos, o VTuber ainda é um subgênero dentro de outro subgênero: o anime. Por isso, fiquei surpresa com a dimensão do público”, afirma IRyS, uma das criadoras que usa avatar, em entrevista à revista norte-americana Inc.
A estratégia de expansão da Hololive envolve parcerias com gigantes como Riot Games, eventos com os Dodgers e até uma linha de pratos em redes de sushi.
Para o futuro, o desafio é ampliar o alcance desses personagens fora do nicho. A Cover planeja novos shows, eventos presenciais e mais colaborações com marcas americanas. “Se conseguirmos conquistar essa audiência, o potencial é enorme”, afirma Tanigo.