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Estes gêmeos faturam R$ 15 milhões vendendo vídeos virais para sites de notícia

Daniel Giussani

5 de maio de 2025 às 09:22

O paulista Felipe Salvatore queria provar, com dados, qual era o melhor time brasileiro da história. O vídeo viralizou — e foi parar nas redes da torcida organizada de times de São Paulo. Mas sem crédito. Felipe denunciou a postagem por uso indevido e tirou o vídeo do ar.

MyHood/Divulgação

Horas depois, recebeu uma ligação: era o presidente da torcida. Em vez de ameaças, uma conversa cordial e até proposta de parceria. Ali, Felipe e o irmão gêmeo, Alexandre, perceberam algo óbvio, mas mal explorado: ninguém sabia direito quem era dono do que nos vídeos da internet.

Anthony Kwan/Getty Images

Foi assim que nasceu a Myhood, uma plataforma que transforma vídeos virais em conteúdo licenciado para veículos e marcas.

A empresa funciona como uma “Reuters do TikTok”: rastreia conteúdos com potencial de engajamento, identifica os autores, negocia os direitos e entrega aos clientes uma versão completa e legalizada — com crédito, autorização, data, local e, quando necessário, até redação de pauta.

Hoje, com mais de 10 mil vídeos licenciados, a Myhood atende portais como G1, Metrópoles, Jovem Pan, R7 e marcas como Ambev, Skol e a Secretaria de Comunicação do Governo Federal.

CFOTO/Future Publishing via Getty Images/

E projeta 15 milhões de reais em faturamento em 2025. O negócio cresce rápido porque resolve um problema real num mercado viciado no “repost”.

“Tinha muito conteúdo gerado por usuário sendo usado sem autorização. A gente quis mudar isso — mas sem ser os chatos do direito autoral”, diz Felipe.

Thinkstock/Thinkstock

Em vez de só denunciar, a Myhood criou um ecossistema onde todo mundo ganha: o criador recebe parte da receita, o portal tem segurança jurídica, e o conteúdo chega já formatado para performar nas redes.

A plataforma entrega até 40 sugestões de vídeos por dia, com base em critérios como viralização, timing e relevância editorial. A remuneração dos criadores é automática e proporcional ao uso dos vídeos, e os clientes pagam uma mensalidade com acesso ilimitado ao acervo.

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