22 de junho de 2025 às 16:30
O ataque feito pelos Estados Unidos ao Irã não deve levar a uma Terceira Guerra Mundial, ao menos no contexto atual. Para um conflito de proporções globais, seria preciso o envolvimento total de mais de uma potência, e em lados opostos.
Até agora, não há sinais de que isso vá ocorrer. Os EUA buscaram deixar claro neste domingo, 22, que querem apenas acabar com o programa nuclear do Irã, e não derrubar seu governo ou invadir e ocupar o país.
Até o momento, Rússia e China não demonstraram interesse em defender o Irã de forma ampla, o que reduz a chance de um conflito global. Os países da Europa seguem mais próximos da postura dos EUA, mas estão pedindo por contenção e por uma saída diplomática.
A Rússia é um aliado de longa data do Irã, e recebe drones e outros armamentos do país para usar na Guerra da Ucrânia, mas enfrenta dificuldades no confronto com os ucranianos, que já dura três anos.
O governo russo parecia ser capaz de dominar rapidamente o país vizinho, mas se viu preso em um conflito estagnado, pois a Ucrânia recebe armas de última geração dos EUA e da Europa. Neste contexto, Moscou teria dificuldade em entrar em um segundo conflito ou em uma guerra ampla
Já a China, há décadas, busca se manter distante de conflitos globais e dificilmente declararia guerra aos Estados Unidos para defender o Irã. No entanto, Rússia e China podem ajudar o Irã de modo indireto, para evitar que o governo do país desmorone.
Depois da Segunda Guerra Mundial, não houve nenhum conflito de alcance global por várias razões. Uma delas é que as principais potências possuem armas atômicas, capazes de destruir cidades inteiras com um ataque.
O uso de uma delas levaria o rival a contra-atacar da mesma forma, o que geraria um cenário chamado de MAD (destruição mútua assegurada, na sigla em inglês), o que serve como fator de contenção.
Por outro lado, a economia global é fortemente integrada, e um conflito entre potências como EUA e China geraria uma crise econômica profunda.