16 de fevereiro de 2024 às 11:31
Quando pensamos em cartéis de drogas, temos a ideia de locais pobres exploradas por criminosos -- e todos os dias no noticiário internacional. Esse é o padrão de regiões do Afeganistão e do México, por exemplo.
Mas existe também o relativamente desenvolvido Estado de Wa, ignorado pela mídia internacional. Ao menos até agora.
Trata-se de uma região montanhosa dentro de Mianmar, perto da China. Lá é a casa dos Wa, um grupo étnico composto por cerca de 1 milhão de pessoas.
Ele declarou independência de fato de Mianmar em 1989. Hoje, é governado pelo Exército Estatal Unido Wa (UWSA, em inglês) sob um regime socialista de partido único, mas não é reconhecido internacionalmente.
Desde o final dos anos 1980, o UWSA dominou o negócio de traficar metanfetamina no Sudeste Asiático. A ONU estima que o comércio da droga no Leste e Sudeste da Ásia vale US$ 80 bilhões por ano.
O cartel começou com o ópio, passou para a produção de heroína e agora fabrica algumas das melhores metanfetaminas do mundo.
"Assim como o Haiti foi construído sobre o açúcar e a Arábia Saudita sobre o petróleo, o Estado Wa foi construído sobre a heroína e a metanfetamina", escreve Patrick Winn em "Narcotopia", livro que ganhou destaque na Economist.