Mundo

Quem é o presidente de El Salvador que prendeu 70 mil pessoas

Rafael Balago

6 de fevereiro de 2024 às 11:53

AFP/AFP Photo

Nayib Bukele assumiu a Presidência de El Salvador em 2019. Apertou as leis e adotou linha-dura para valer contra o crime. Tanto que, atualmente, cerca de 2% da população do país está atrás das grades.

No domingo, 4, Bukele conquistou um segundo mandato. Um dos símbolos da gestão é a construção de uma megaprisão, com capacidade para 40.000 presos, aberta em 2023. O governo passou a ter autonomia para prender pessoas sem mandado e mantê-las detidas por até quatro anos.

Marvin Recinos/AFP

Desde a mudança nas regras, em 2022, foram mais de 75.000 detenções. Entre elas, mais de 7.000 pessoas foram capturadas e depois soltas, e há risco que muitas outras estejam presas injustamente.

null/

No entanto, as medidas deram resultados. Em 2015, o país centro-americano tinha 106,3 homicídios para cada 100.000 habitantes. Em 2023, o índice foi de 2,4 homicídio por 100.000, segundo estatísticas oficiais

Mas como tudo começou? Em 1979, o país passou por uma guerra civil, entre as Forças Armadas e uma guerrilha de esquerda, a FLMN. O conflito durou 13 anos e fez com que milhares de salvadorenhos deixassem o país, muitos deles indo para os Estados Unidos.

Nos anos 90, gangues de salvadorenhos se formaram em Los Angeles e passaram a atuar no tráfico de drogas. O governo americano agiu e deportou 5.000 integrantes dos dois grupos de volta a El Salvador, em 1995, e os criminosos recomeçaram suas atividades em seu país de origem.

Jose Cabezas/Reuters

A situação foi piorando tanto que, na década passada, El Salvador era um dos países mais violentos do mundo. Bukele se elegeu em 2019 com a promessa de mudar isso, com métodos diferentes.

null/

A policia fez ações duras nas periferias: invadiu casas sem mandado e prendeu milhares de pessoas por acusação de relação com as facções. As prisões seguiram sendo feitas nos meses seguintes, suficiente para encher a nova megapenitenciária, com capacidade para 40 mil pessoas.

Gobierno de El Salvador/Divulgação

Além da segurança, Bukele ainda precisa resolver problemas na economia. A pobreza atinge 29% da população, segundo dados da Cepal, e muitos salvadorenhos continuam emigrando para os Estados Unidos em busca de trabalho.

Para ler a reportagem especial completa, acesse: