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Como é escolhido o nome do papa? Entenda

Mateus Omena

8 de maio de 2025 às 23:52

Alberto Pizzoli/AFP

Semelhante às cerimônias e tradições que acompanham a escolha de um novo Papa, o nome adotado pelo pontífice carrega séculos de história da Igreja Católica e múltiplas camadas de significado.

A mudança de nome é uma das primeiras decisões simbólicas do novo líder da Igreja, e ainda que não haja obrigatoriedade doutrinária, tornou-se prática consolidada desde o início da Idade Média.

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Por que os papas escolhem um novo nome?

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São Pedro — o primeiro papa e um dos 12 apóstolos — foi rebatizado por Jesus antes de liderar a Igreja. Seu nome de batismo era Simão.

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A tradição moderna começou apenas no século VI, com o Papa João II, que governou de 533 a 535 e optou por abandonar seu nome original, Mercúrio, por remeter a um deus pagão.

A escolha foi considerada mais adequada ao papel espiritual que o novo cargo exigia.

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Já no século X, Pedro Canepanova adotou o nome João XIV para evitar ser chamado de Pedro II, reforçando o respeito simbólico ao apóstolo original.

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Essa prática se firmou especialmente após o século X, com papas de fora da Itália, como da França e da Alemanha, que adotavam nomes italianizados para seguir o padrão dos antecessores.

O que orienta a escolha de um nome?

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Cada nome papal remete a figuras históricas — sejam santos ou papas anteriores — e carrega intenções específicas. Francisco, por exemplo, homenageia São Francisco de Assis e sinaliza compromisso com paz, natureza e pobreza.

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Bento XVI fez referência a São Bento e ao Papa Bento XV, simbolizando paz e reconciliação. A escolha do nome revela as prioridades espirituais e políticas do pontificado.

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Algum nome é proibido?

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Um nome que jamais será escolhido é Pedro, como forma de respeito ao primeiro papa. A tradição é reforçada por uma antiga profecia que associa “Pedro II” ao último pontífice da história da Igreja.

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Outros nomes são evitados por associações negativas. “Urbano”, por exemplo, evoca Urbano VIII, envolvido na condenação de Galileu Galilei. “Pio” remete a Pio XII, cujo papel durante a Segunda Guerra Mundial é criticado até hoje.