26 de junho de 2025 às 15:11
Historicamente, a casa própria é um objetivo comum para muitas famílias brasileiras. Para além de se livrar o aluguel, há quem acumule imóveis para obter uma renda através dos aluguéis recebidos de terceiros.
Essa ideia, no entanto, pode causar certa controvérsia — mas tem bases sólidas.
A pedido da EXAME, a RE/MAX, rede internacional de franquias imobiliárias, projetou algumas situações envolvendo não só o financiamento de um imóvel em 30 anos, como também uma aplicação dos valores correspondentes às entradas em títulos públicos durante o mesmo tempo.
Foi considerado um imóvel vale R$ 600 mil e entradas de 30%, 40% ou 50% do valor, equivalendo a R$ 180 mil, R$ 240 mil e R$ 300 mil, respectivamente.
Em todas as situações, o valor final pago pelo imóvel chegaria a mais de R$ 1 milhão em 30 anos. Nesse mesmo período, no entanto, o imóvel valorizaria e custaria mais de R$ 3 milhões.
Para efeito de comparação, ao aplicar R$ 180 mil na compra de um título público (tesouro IPCA+), ao fim do prazo o valor saltaria para R$ 7,1 milhão. Para R$ 240 mil, o valor iria para R$ 9,5 milhões e, para R$ 300 mil, o valor passaria para R$ 11,8 milhões, segundo a RE/MAX.
Mesmo que os números mostrem que o rendimento num investimento é bem maior, além de não ter custos para manter uma casa, a maioria dos brasileiros ainda não larga a casa própria como investimento — mesmo a uma Selic a 15%.
O último Raio-X do Investidor Brasileiro, levantamento realizado pela Anbima, apontou que 74% população da população ainda considera a compra e venda de imóveis como um tipo de investimento.
Embora a Selic influencie as taxas de financiamento, ela não é o único determinante: o custo do funding e a concorrência entre bancos também impactam as condições oferecidas.
Em outras palavras, isso quer dizer que as taxas de juros dos financiamentos imobiliários não estarão a 15%, já que a proporcionalidade entre ambas as taxas não é de 100%.
No curto prazo, com uma Selic alta, Mozart Mattoso, diretor-executivo da RE/MAX, é enfático ao afirmar que o financiamento de um imóvel costuma valer mais a pena do que investir o montante da entrada em uma aplicação financeira.
“O rendimento do imóvel é sobre o valor total dele, mesmo que você ainda não tenha pago ele. Se soma a isso que você já vai poder morar na casa, alugá-la ou vendê-la”, explica.
Numa aplicação, o dinheiro se torna menos tangível, só sendo possível resgatá-lo após o prazo determinado.