Mercado Imobiliário

América Latina tem os menores custos para construir. Mas as tarifas de Trump podem mudar isso

Letícia Furlan

23 de julho de 2025 às 11:36

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A América Latina tem se mostrado uma região atraente para investimentos no setor de construção devido aos baixos custos de construção.

A constatação apareceu no estudo inédito da consultoria Turner & Townsend, o Global Construction Market Intelligence (GCMI) 2025, que compila dados das equipes da empresa, que atua em 99 mercados globais oferecendo consultoria em gestão de projetos e programas.

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Com uma média de US$ 1.265 por metro quadrado, Bogotá, capital da Colômbia, é a cidade com os custos de construção mais baixos da América Latina.

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No Brasil, o Rio de Janeiro apresenta um custo médio de US$ 1.413, o que também o coloca como um dos destinos mais baratos da região.

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Esses valores contrastam fortemente com os preços elevados de cidades como Nova York, com US$ 5.744 por metro quadrado, e São Francisco, com US$ 5.504, que lideram o ranking global de custos de construção.

O estudo também destaca que a inflação dos custos de construção tem diminuído na maioria dos mercados latino-americanos, à medida que as taxas de juros se estabilizam.

No entanto, a consultoria alerta para a possibilidade de um novo aumento nos preços em alguns países da região, devido à instabilidade política e aos desafios comerciais globais.

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As tarifas comerciais estabelecidas pelo governo de Donald Trump afetam diretamente produtos brasileiros exportados, como aço, alumínio e madeira processada — fundamentais para o setor de construção.

Contudo, seus impactos indiretos se espalham por toda a América Latina, gerando um clima de incerteza e freando potencialmente a realização de investimentos.

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“A redução da competitividade desses produtos no mercado americano pode gerar excedente de oferta local, pressionar preços e impactar a cadeia produtiva", explica Anna Pancini, diretora associada e líder de custos da Turner & Townsend Brasil.

"No caso do Brasil, os principais impactos negativos incluem a retração nas exportações e o risco de inflação setorial, enquanto os efeitos positivos podem envolver o fortalecimento da produção local e a reorientação estratégica para novos mercados”.

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Já em países como Chile e Argentina, a alta demanda por minerais, especialmente lítio e cobre, impulsiona os custos de construção, com valores que podem alcançar até US$ 1.899 por metro quadrado em Santiago.

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