17 de abril de 2025 às 12:00
O trabalho presencial voltou mesmo com tudo. O mercado de escritórios de alto padrão dos bairros centrais da cidade de São Paulo apresentou no primeiro trimestre de 2025 uma absorção líquida de 45.744 metros quadrados — valor superior à média de todos os trimestres de 2024.
As principais regiões responsáveis pelo resultado foram Chucri Zaidan, Chácara Santo Antonio e Marginal Pinheiros, com 29.941 metros quadrados, 6.058 metros quadrados e 5.688 metros quadrados absorvidos, respectivamente.
Os dados constam no relatório MarketBeat São Paulo, da consultoria imobiliária Cushman& Wakefield, divulgados com exclusividade pela EXAME.
A diferença entre a Chucri Zaidan e as demais foi notável, trazendo uma boa recuperação à taxa de ocupação da região que há pelo menos 15 anos ensaia se transformar em uma espécie de nova Faria Lima — ou, pelo menos, uma alternativa mais barata a ela.
A “pedra fundamental” da região foi o icônico Rochaverá, complexo corporativo com quatro prédios, lançado em 2008. Desde então, a região vem de fato despontando como forte competidora a abrigar as sedes das maiores empresas do país.
Em meados de 2024, um fundo imobiliário da Kinea pagou cerca de R$ 571 milhões por 57% de uma das torres do Rochaverá.
Em 2011, um estudo da consultoria imobiliária Jones Lang LaSall veiculado com exclusividade pela EXAME mostrava que haveria 653 mil metros quadrados de escritórios no local até 2016.
Na época, a região era descrita como um local com “centenas de casas modestas, muitos terrenos vazios e depois dos principais shoppings da capital [Morumbi e Market Place]” e quatro empreendimentos constavam nos planos das incorporadoras.
No primeiro trimestre de 2025, a Chucri Zaidan já tem 23 prédios, 768 mil metros quadrados de estoque, área disponível de 141 mil metros quadrados e uma taxa de vacância de 18%.
Além disso, é a região onde há a maior área em construção: os canteiros de obras tomam conta de 112 mil metros quadrados.
Na comparação com o mesmo período de 2024, o estoque era praticamente o mesmo. A absorção líquida era menor, de cerca de 21 mil metros quadrados, e a taxa de vacância chegava a pouco mais de 27%.
Enquanto isso, em 2023, o estoque era de 857 mil metros quadrados. A absorção líquida era de apenas 10 mil metros quadrados e a vacância ultrapassava 30%.