31 de julho de 2025 às 16:49
O esperado tarifaço de Donald Trump acabou sendo bem mais moderado que o esperado pelo mercado, com uma ampla lista de produtos isentos, que representam mais pelo menos 40% das exportações brasileiras ao país.
Mas, entre as empresas listadas, uma em específico ainda ficou dentro do escopo de taxação de 50% ao Brasil: a WEG.
O imposto se aplica sobre os motores elétricos, produto que está no coração da operação global da companhia.
Além disso, outro anúncio feito por Trump foi uma sobretaxa de 50% sobre diversos derivados de cobre importados pelo país – e o insumo responde por até 15% do custo dos materiais da multinacional brasileira.
A dupla ofensiva deve representar um impacto de aproximadamente R$ 2,3 bilhões para a WEG, ou 25% do EBITDA estimado para 2025, calcula o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle de EXAME).
O banco avalia que cerca de R$ 1,1 bilhão virá da perda de margem nas exportações de motores ao mercado americano e outros R$ 1,2 bilhão da elevação do custo com cobre.
Apesar de já ter caído 8% desde 9 de julho, quando os rumores sobre as tarifas começaram a circular, a WEG ainda pode sofrer pressão adicional no curto prazo.
“Vemos o anúncio como negativo e acreditamos que parte do risco já está precificado, mas não totalmente”, diz o relatório assinado pelos analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Samuel Alkmim.
Hoje, as ações chegaram a bater mínima em queda de 2,5% no começo do pregão. Por volta das 11h30, tinha reduzido um pouco a queda, para 1,87%.