30 de junho de 2025 às 10:17
Desde que a Arezzo&Co anunciou a fusão com o Grupo Soma, em fevereiro do ano passado, havia temores sobre as diferenças entre Alexandre Birman e Roberto Jatahy, os sócios majoritários de cada uma das companhias, respectivamente, e que se tornaram co-controladores da Azzas 2154.
Com perfil distinto e as personalidades, o risco acabou se materializando rapidamente.
As divergências se tornaram públicas e acabaram pesando sobre o valor de mercado da companhia, que chegou a valer menos de R$ 5 bilhões em março deste ano, num momento em que a Azzas ainda custava a mostrar a obtenção de sinergias.
Agora, pouco menos de um ano depois de a fusão ter sido concluída -- e com alguma recuperação no valor de mercado --, os sócios estão levantando a bandeira branca e sinalizando que vão trabalhar em mais harmonia.
“Estamos botando o acordo de acionistas na gaveta”, afirma Roberto Jatahy, numa entrevista conjunta ao lado de Alexandre Birman – a primeira desde que os desentendimentos vieram à tona.
“Ele foi feito pensando em proteger cada BU [unidade de negócio], mas na prática, serve em caso de litigância. Estávamos olhando para ele o tempo todo e isso é disfuncional para efeitos de maximização de valor para a companhia.”
Entre os principais pontos do acordo de acionistas, estava a liberdade irrestrita para Roberto Jatahy gerir a unidade de vestuário feminino, que reúne a maior parte das marcas que vieram do grupo Soma, apesar de Birman ser o CEO da operação combinada.
Birman também faz seu mea culpa. “Tive pouca empatia em relação à posição do Roberto, que estava me convidando para o ser o executivo principal da empresa, uma posição que ela já ocupou. Eu poderia ter feito um trabalho de mais parceria com ele.”
E acrescenta que a nova relação envolve uma troca. “De um lado, mais reconhecimento e atitude da minha parte em relação ao papel do Roberto e de outro, de mais confiança Roberto para que eu toque a empresa.”