30 de abril de 2025 às 14:32
A Apple divulga na próxima quinta-feira, 1, o seu balanço do seu segundo trimestre fiscal de 2025, encerrado em março.
A expectativa é de um aumento no lucro. O consenso de analistas aponta para um lucro por ação de US$ 1,62, 6% maior que os US$ 1,53 do mesmo período do ano passado. Para a receita, a projeção é de alta de 4%, para US$ 94,2 bilhões.
Mais do que o passado, no entanto, o que os investidores devem ficar de olho são nas sinalizações sobre o futuro, com planos para lidar com eventuais impactos das políticas tarifárias que foram anunciadas em 2 de abril.
Com uma cadeia de produção fortemente concentrada na China, a fabricante do iPhone é uma das mais impactadas pelo vaivém da guerra comercial.
O mercado deve ficar de olho em três pontos-chave tanto no balanço quanto na teleconferência de resultados[/grifar], apontou o analista Jacob Bourne, da Emarketer, ouvido pela Business Insider.
São eles: a capacidade da Apple de lidar com potenciais aumentos de preços; o impacto financeiro das tarifas, e o cronograma para diversificar a cadeia de suprimentos.
A Apple chegou a respirar mais aliviada após uma trégua, com a Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA anunciando uma isenção para smartphones, laptops e outros dispositivos de tecnologia que saíssem dos armazéns a partir de 5 de abril.
Logo em seguida, popresidente Donald Trump, no entanto, deixou claro que "ninguém está fora de perigo" quando se trata de tarifas, em post em sua rede social, a Truth Social – deixando o fantasma de novas taxações à espreita para os fabricantes.
Nesse sentido, a fabricante do iPhone estaria explorando o próximo melhor lugar para fabricar seus produtos. A Apple já se adiantou as tarifas, despachando 600 toneladas de iPhones da India para os Estados Unidos.
A companhia parece estar direcionando boa parte da sua cadeia de produção para o país, que enfrenta 26% de tarifas recíprocas, contra os 20% básicos em relação à China (e que, dado o acirramento das disputas, sempre podem aumentar).
Segundo o Financial Times, a Apple espera todos os iPhones vendidos nos Estados Unidos fabricados na India até 2026.
Esse suposto plano sinaliza que a Apple está levando as ameaças tarifárias a sério, afirma Bourne. A transição, no entanto, enfrentaria "obstáculos logísticos significativos", diz o especialista.
Outro ponto em que o mercado deve ficar de olho são os progressos da Apple envolvendo o uso de inteligência artificial.
A companhia tinha afirmado que lançaria uma versão que usa IA generativa da Siri, a sua assistente pessoal, antes de um grande evento que acontece agora em junho. O cronograma, no entanto, foi adiado por conta de atrasos no desenvolvimento.