2 de maio de 2025 às 13:45
Numa transação já amplamente aguardada pelo mercado, a Prio (PRIO3) anunciou a compra da fatia de 60% no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, que pertencia à Equinor por um total de até US$ 3,5 bilhões – tornando-se a operadora única.
Os papéis sobem 7% na abertura do mercado. Em setembro, a companhia já tinha comprado a fatia de 40% que pertencia à chinesa Sinochem e vinha sendo bastante vocal a respeito do seu interesse pela compra integral, dada as sinergias com seus outros campos.
À primeira vista, o valor a ser pago pelo ativo parece esticado: equivale a dois terços do valor de mercado da Prio na Bolsa e embute um valuation de US$ 5,8 bilhões por todo o ativo, 22% acima do preço estipulado na aquisição da fatia da Sinochem.
A comparação, no entanto, não é precisa e, na prática, o desembolso da Prio será menor. A transação é retroativa a janeiro de 2024, desde quando ela está sendo negociada e a geração de caixa de Peregrino no período vai para a compradora.
Nesse contexto, o BTG estima que o pagamento a ser feito pela Prio deve ficar mais próximo de US$ 2,5 bilhões. A XP calcula que seja ainda menor, de US$ 2,2 bilhões.
“Vemos o negócio como passo estratégico que permite à Prio continuar expandindo por meio de ganhos de eficiência em ativos maduros sem comprometer sua capacidade de geração de caixa", escreveu a equipe do BTG em relatório.
Considerando a performance de Peregrino desde janeiro de 2024, o banco vê a transação avaliada em 3,5 vezes EV/EBITDA, considerando um barril do Brent a US$ 60. Nessas mesmas condições, é um desconto em relação às 4,5 vezes pelas quais a Prio é negociada em bolsa.
Enquanto boa parte do mercado esperava que a transação fosse adiante, o timing é surpreendente, dadas as incertezas em relação ao preço do petróleo, que caiu forte em meio aos temores de desaceleração global por conta da guerra comercial.