9 de junho de 2025 às 11:06
Enquanto a internet via satélite da Starlink avança por quase toda a América do Sul, conectando até aldeias indígenas isoladas na floresta amazônica, a Bolívia segue um caminho oposto.
O país de 12 milhões de habitantes negou a licença de operação à empresa de Elon Musk e tem preferido manter a conectividade nacional sob controle estatal, com apoio de um satélite chinês já envelhecido.
A decisão, tomada no ano passado, contrasta com a realidade da infraestrutura de internet local. Fora das grandes cidades bolivianas, o acesso à rede é escasso, lento e instável.
O país registra a pior velocidade de internet da América do Sul, e mais de 90% da população depende de celulares para se conectar, o que nem sempre é possível em áreas rurais, onde o sinal é fraco ou inexistente.
Apesar da demanda reprimida, autoridades bolivianas afirmam que a entrada da Starlink poderia desequilibrar o mercado local e colocar em risco a soberania do país ao entregar parte estratégica da conectividade nacional a uma empresa estrangeira.
“Qualquer empresa que venha fazer negócios no país vai querer uma fatia do bolo, um bolo que, neste momento, pertence a quem já está aqui”, disse Iván Zambrana, diretor da agência espacial boliviana.
A Starlink tem ganhado espaço na América Latina justamente por oferecer uma solução mais acessível e prática para regiões de difícil acesso. No Brasil, seu maior mercado na região, já são mais de 250 mil usuários desde 2022.