17 de abril de 2024 às 14:57
O dólar alcançou o maior patamar desde março do ano passado, após ter batido próximo de R$ 5,29 nesta semana. Foram seis pregões seguidos de forte valorização da moeda americana.
O câmbio é uma relação de troca, sendo que diversos fatores influenciam seu movimento. Uma melhor percepção sobre o país, por exemplo, tende a valorizar sua moeda.
Enquanto uma maior aversão internacional ao risco ou uma maior confiança sobre a economia americana tendem a fortalecer o dólar, visto globalmente como um porto-seguro.
Desta vez, todos os ventos favoreceram a moeda americana. Veja 3 pontos que explicam a alta da moeda:
1. Economia americana: Ainda que a economia brasileira esteja longe de seus piores dias, os dados da atividade americana seguem surpreendendo para cima, assim como a inflação.
Nas últimas semanas, tanto o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA quanto os números do mercado de trabalho superaram as estimativas do mercado.
Na avaliação do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, os dados têm indicado a necessidade de manter os juros elevados por mais tempo.
2. Tensões no Oriente Médio: Um dos fatores que mais tem preocupado investidores nesse sentido são as tensões no Oriente Médio, com o envolvimento direto do Irã na guerra contra Israel.
Embora as incertezas sejam localizadas, as repercussões do evento são globais, tanto do ponto de vista diplomático quanto econômico.
3. Fantasma fiscal: Se já não bastasse o ambiente negativo no exterior, a piora da percepção fiscal no Brasil agravou ainda mais a alta do dólar frente ao real.
A decepção, nesta semana, foi com a revisão das metas fiscais na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O plano passou de um superávit primário de 0,5% em 2025 para zerar o déficit no ano que vem.
Já a meta de superávit de 1% em 2026 passou para de 0,25%, 0,5% em 2027 e de 1% em 2028.