27 de fevereiro de 2024 às 15:24
Os critérios de emissão de títulos incentivados (CRIs, CRAs, LCIs e LCAs) ficaram mais rígidos, e isso preocupou muita gente.
Afinal, essa categoria de ativo vem fazendo bastante sucesso nos últimos meses, por se tratar de um tipo de título com boa rentabilidade, liquidez, e, o mais importante, isenção de Imposto de Renda.
Mas o CMN, Conselho Monetário Nacional, realizou uma série de ajustes nas regras de emissão dos títulos incentivados – o que, na prática, deve reduzir as opções desse tipo de ativo disponíveis para o investidor.
Isso pode até parecer uma má notícia num primeiro momento – mas não é bem assim.
Felipe Miranda, CEO e estrategista-chefe da Empiricus Research, empresa do grupo BTG Pactual, comentou o assunto. O analista vai direto ao ponto e afirma: “o fim da farra dos títulos incentivados tem ganhadores diretos.”
Esses títulos se tornaram ainda mais interessantes para os investidores conforme a Selic escalou – e isso acabou incentivando empresas a emitirem cada vez mais títulos.
O problema é que muitas emissoras se aproveitaram da situação e “tangenciaram” as regras de emissão dos títulos incentivados.
Então, alguns dos títulos disponíveis no mercado não cumpriam exatamente os requisitos do CMN (ou seja, terem seus recursos voltados para o financiamento de projetos em áreas essenciais, como a agricultura e a infraestrutura).
Um exemplo que ficou famoso foi o CRA do Burger King. Em 2016, a rede de fast food fez uma oferta de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) no intuito de financiar a compra de carne.
Na época, a emissão “passou batida” – mas agora não passa mais.
Segundo Felipe Miranda, a decisão do CMN pode afetar positivamente o mercado como um todo.