16 de maio de 2025 às 15:54
Depois de divulgar resultados bem abaixo do mercado, o Banco do Brasil disse que o “o pior já passou”. Mas o mercado não está querendo pagar para ver, com inadimplência do agro e impactos da nova regra de provisionamento não dando clareza sobre a qualidade da carteira de crédito
As ações caíram 13%, liderando as baixas da bolsa desde o início do pregão. “Os resultados foram muito mais fracos que o esperado em quase todas as linhas, com a margem financeira, que caiu 11% no tri contra tri sendo o culpado principal e sem uma solução rápida”, disse Itaú BBA
Com forte exposição agro, que soma R$ 400 bilhões na carteira, o banco já vinha sofrendo com o aumento das recuperações judiciais no setor. Mas nesse trimestre uma nova regra imposta pelo Comitê Monetário Nacional, a 4966, trouxe ainda mais pressão.
Pela nova resolução, os bancos precisam fazer provisões sobre ‘perda esperada’, tendo uma visão ainda mais conservadora sobre a qualidade dos seus ativos, o que impacta o reconhecimento de ativos problemáticos.
Antes, os bancos podiam reconhecer no balanço, por exemplo, as receitas em renegociação e com mais carência – o que mudou com a nova regra. A presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirma que parte do problema é Uma questão ‘técnica’ e disse que a está abrindo conversa com o BC.
“Este é o pior balanço porque o banco vislumbra uma safra recorde e os resultados financeiros podem melhorar de acordo com a colheita. A meta é estabilização da carteira conforme o calendário agro”, ressaltou o CFO, Geovanne Tobias.
O JP Morgan disse que vai esperar mais clareza. “Embora os fatores que influenciam a contabilidade não ajudem, não temos certeza se isso é apenas um contratempo ou se levará mais tempo, já que parte das tendências desanimadoras depende do ciclo de crédito do agronegócio"