29 de abril de 2025 às 17:23
O início do segundo mandato de Donald Trump vem sendo marcado por forte volatilidade e perdas no mercado financeiro.
Nos primeiros 100 dias, o S&P 500 acumula queda de cerca de 8%, o pior desempenho para um presidente dos Estados Unidos desde Gerald Ford, que assumiu em 1974 após a renúncia de Richard Nixon.
O resultado surpreende investidores que, logo após a eleição, apostaram em um ambiente favorável à economia, com expectativa de redução de impostos e desregulamentação.
No entanto, a escalada de tarifas comerciais e medidas agressivas contra imigrantes ilegais elevaram a incerteza e pressionaram os ativos.
Segundo dados da Bloomberg, o S&P 500 registrou sua sétima correção mais rápida desde 1929 no período, com perdas concentradas nos setores de consumo discricionário e tecnologia.
Entre as companhias mais afetadas estão a Deckers Outdoor, a Teradyne, a Albemarle, a Tesla, a United Airlines e a Delta Air Lines, além da Norwegian Cruise Line.
O receio de desaceleração econômica é o que mais pesa sobre o mercado. Gestores e analistas citam a falta de clareza sobre os objetivos da política comercial como um dos principais fatores que desestimulam investimentos e consumo.
Mesmo com a correção recente, o cenário à frente ainda não é animador. As posições vendidas em futuros do S&P 500 atingiram o maior nível desde dezembro, enquanto o Deutsche Bank aponta que a exposição a ações permanece próxima das mínimas históricas.
No campo corporativo, várias empresas começaram a revisar para baixo suas projeções de lucro, e algumas, como a United Airlines, divulgaram dois cenários de resultados — um considerando estabilidade econômica e outro em caso de recessão.
Estrategistas de bancos como Bank of America e Goldman Sachs reforçam a cautela.