Inteligência Artificial

“Me ouço em todo lugar”: ela teve a voz vendida como se fosse de uma inteligência artificial

Laura Pancini

25 de abril de 2024 às 17:13

Gisele Souza/Reprodução

Desde 2020, a mineira Gisele Souza identifica a própria voz em anúncios de campanhas do qual ela nunca concordou em participar – e enfrenta uma longa batalha judicial pelos direitos de uso da própria voz.

Radialista por trás do programa “Entra na Roda e Gisa”, ela falou com exclusividade a EXAME sobre o caso que a assombra muito antes do termo “inteligência artificial” dominar a esfera pública.

Gareth Cattermole/Getty Images

Tudo começou quando Gisele, recém chegada em São Paulo e entusiasmada com a oportunidade de expandir seu trabalho, aceitou um projeto para gravar num sistema de texto para fala (TTS).

Inicialmente recebeu a informação de que seria para um jogo de videogame e acabou gravando mais de 2 mil falas para o estúdio que, devido ao sigilo do processo, não teve seu nome divulgado.

SEAN GLADWELL/Getty Images

No entanto, com o passar do tempo, ela começou a ouvir sua voz em lugares pelos quais ela não esperava. De sites pornô ao maior reality show do Brasil, Gisele acredita já ter identificado sua voz em contextos completamente diferentes dos que inicialmente estabelecidos.

“É uma assombração”, resume a mineira, que reitera que nunca foi avisada do uso de sua voz em tais campanhas ou recebeu qualquer compensação adicional.

Gisele Souza/Reprodução

Assim, escutando a própria voz em todo lugar, Gisele foi atrás de orientação legal. Ela havia recentemente entrado no Clube da Voz, associação de locutores comerciais do Brasil, e pediu conselhos para outros membros.

A radialista descobriu que o contrato que ela havia assinado permitia ao estúdio usar sua voz de maneira ampla e irrestrita, algo que ela não havia compreendido inicialmente.

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