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‘Paraíso do contrabando’: Como as tarifas de Trump podem criar o maior mercado negro do mundo

Natalia Viri

22 de abril de 2025 às 11:28

Germano Lüders/Exame

A nova leva de tarifas comerciais dos Estados Unidos contra a China pode estar pavimentando o caminho para o surgimento do "maior mercado negro de bens já visto no mundo"

A avaliação é da consultoria Gavekal, que vê nas medidas anunciadas por Donald Trump um incentivo aberto à evasão tarifária em larga escala — e com potencial global

Bia Parreiras/Exame

Além da escalada das tarifas de mais de 140% contra a China, Trump também anunciou o fim, a partir de maio, da isenção de minimis — que hoje permite a entrada de pacotes de até US$ 800 sem cobrança — para produtos vindos chineses, de Hong Kong e de Macau.

Na prática, qualquer encomenda dessas regiões, mesmo de pequeno valor, será taxada em US$ 100 por pacote a partir de maio, valor que dobrará em junho.

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Bens de outros países seguem sendo taxados em apenas 10%, com exceção de México e Canadá, que mantêm isenção desde que os produtos contenham ao menos 70% de conteúdo norte-americano.

Essa assimetria tarifária abre um arsenal de brechas para driblar as tarifas. “Se um agente inescrupuloso quiser importar bens chineses, colar um selo de ‘made in North America’ e enviá-los aos EUA, a menos que o embarque seja inspecionado e interceptado, não há tarifas a pagar”

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