16 de abril de 2025 às 18:13
Se a criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida foi um divisor de águas para a MRV, os reajustes nas faixas de renda em cada uma delas aprovados ontem pelo Conselho do FGTS significam uma mudança ainda mais importante para a construtora.
A ampliação da renda em cada uma das faixas, ainda que pequena à primeira vista, deve aumentar em muito a acessibilidade dos imóveis no programa habitacional, num movimento classificado como “superpositivo” pelo CEO da Rafael Menin, no Investor Day da companhia realizado hoje.
Na prática, as mudanças nas regras devem aumentar o preço máximo dos imóveis elegíveis à faixa 1, de menor juros, para R$ 264 mil — um movimento que, por si só, quintuplica o estoque da MRV que pode ser vendida nas condições mais baratas do mercado e com prestação reduzida.
Já estoque de unidades aderentes ao Faixa 2 – cujo teto passa de R$ 210 mil para R$ 230 mil em cidade com até 100 mil habitantes, e para R$ 350 mil em municípios com mais habitantes — aumenta em 65%.
“A magnitude da mudança é tanta que, um aumento de apenas R$ 210 reais faz com que o estoque para essa faixa de renda seja cinco vezes maior”, explica Ronaldo Motta, diretor de desenvolvimento imobiliário da companhia.
"No fim, o cliente consegue comprar um imóvel que antes ele não podia. Essas mudanças do governo são poderosíssimas".
O tom otimista e a expectativa de uma maior velocidade de vendas com as mudanças anunciadas agradaram o mercado.
As ações da MRV estão entre as maiores altas do Ibovespa desde o período da manhã, e por volta das 16h, subiam 3% — ofuscando uma prévia operacional do primeiro trimestre, divulgada ontem à noite, foi considerada negativa por analistas.
O limite de renda na faixa 1 no Minha Casa Minha Vida subiu de R$ 2.640 para R$ 2.850 e avançou de R$ 4.400 para R$ 4.700 na faixa 2.<br />
Na terceira faixa, foi ampliado de R$ 8.000 para R$ 8.600, contemplando imóveis de até R$ 350 mil. O estoque nessa faixa caiu de R$ 5,5 bi para R$ 2,6 bi, mas a redução aconteceu com a transferência para a faixa anterior, com juros mais favoráveis.
A faixa 4, recém criada, por sua vez, deve trazer condições mais baratas para unidades que eram destinadas ao SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), sistema que utiliza como recursos a poupança.
“Agora podemos pegar tudo o que tínhamos [de unidades] entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, e isso fará parte da nova faixa. Hoje, temos 3.700 unidades desse tipo em estoque”, afirma o diretor.