10 de abril de 2025 às 15:48
A escalada de tensões comerciais entre Estados Unidos e China ganhou um novo e significativo capítulo na quarta-feira, 9. Donald Trump autorizou um aumento nas tarifas sobre produtos chineses, elevando-as para 125%, em um movimento que impacta o mercado de renováveis.
Em pronunciamento há poucas horas, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, esclareceu que a dramática elevação tarifária direcionada especificamente à China consiste em uma resposta direta ao que Washington classificou como "insistência na escalada" por parte de Pequim.
Simultaneamente, Trump anunciou uma pausa estratégica de 90 dias nas tarifas destinadas à maioria dos outros países, sinalizando um movimento calculado que visa isolar os chineses enquanto preserva relações comerciais com parceiros que se abstiveram de retaliações.
"Não retaliem, e vocês serão recompensados", declarou Bessent, deixando clara a lógica por trás da estratégia diferenciada. Contudo, parceiros comerciais tradicionais como México e Canadá permanecerão sujeitos às tarifas básicas de 10%, conforme informou o secretário.
O novo tarifário pode resultar em consequências ainda mais profundas para o setor de energia renovável, particularmente o segmento solar, onde a dependência americana de componentes e tecnologias chinesas é mais acentuada.
Com tarifas que agora atingem 125%, o custo de importação de tecnologias solares chinesas torna-se praticamente proibitivo, o que deve forçar uma reorganização acelerada das cadeias de suprimento — o que, claro, ainda ficará à mercê de novos anúncios-supresas.
A China, responsável por aproximadamente 83% da produção mundial de painéis solares em 2023, enfrenta agora um desafio sem precedentes à sua posição dominante no mercado americano.
A nova realidade apresenta também dilemas complexos para países em desenvolvimento que vinham se beneficiando da disponibilidade de tecnologias solares chinesas a preços competitivos.
A reconfiguração do mercado global sob o impacto das tarifas americanas de 125% ameaça comprometer a acessibilidade destas tecnologias precisamente quando sua adoção acelerada é considerada determinante para o cumprimento de metas climáticas globais.