8 de abril de 2025 às 10:21
Aposto que nos últimos dias você se deparou com a nova trend do momento nas redes sociais: milhares de usuários estão postando fotos em "estilo anime", com retratos de pessoas ou momentos de suas vidas inspirados em clássicos do estúdio japonês Ghibli.
As imagens são geradas no ChatGPT por meio de inteligência artificial e se tornaram uma febre: estima-se que mais de 40 milhões foram criadas por dia. A explosão foi tão grande que pela 1º vez em 2025, a plataforma da OpenAI superou a marca de 150 milhões de usuários ativos.
Mas nem só de apelo estético e emocional a trend vive. Um novo estudo da MIT Technology Review reacendeu um alerta sobre seus impactos ambientais: as criações feitas com IA exigem um alto consumo de energia.
No quesito energia, a geração destas imagens consome o mesmo que uma cidade brasileira de 10 mil habitantes -- a exemplo de Abaeté (MG) ou Mostardas (RS). Desde a liberação da funcionalidade para todos os usuários do ChatGPT, milhões de usuários começaram a gerar as imagens.
Na penúltima semana de pico da tendência, o estudo estimou um consumo de 40 megawatt-horas (MWh) — o equivalente à energia necessária para abastecer 7 mil residências no Brasil por 24 horas.
“O impacto da IA generativa, especialmente nas tendências visuais, é um sinal claro de que devemos começar a tratá-la como um setor que exige responsabilidade energética real”, destacou André Miceli, CEO da MIT Technology Review Brasil.
Um dos grandes dilemas do crescimento da IA generativa é relacionado a seus impactos ambientais devido ao alto consumo energético e de água em data centers -- usados para o armazenamento de milhares de dados.
Segundo especialistas, se a eficiência computacional não avançar e o uso de energias renováveis não expandir em data centers, o impacto da tecnologia irá aumentar de forma exponencial e perigosa.