18 de junho de 2025 às 17:54
Um clima de tensão e desacordo marcou os primeiros dias da 62ª sessão dos Órgãos Subsidiários (SB62), a Conferência de Bonn, na cidade alemã sede do secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas (UNFCCC).
O evento sobre mudanças climáticas prepara o terreno para a COP30 e começou oficialmente no último dia 16, mas as negociações propriamente ditas só tiveram início nesta quarta-feira, 18.
O atraso na abertura formal evidenciou conflitos e interesses políticos entre países desenvolvidos e em desenvolvimento em relação a temas-chave para o combate à crise climática e escancarou os desafios que aguardam o Brasil como anfitrião da próxima conferência do clima.
Segundo especialistas, o cenário que se forma é de desconfiança frente ao financiamento climático e implementação de políticas ambientais, herdada já na última COP do clima em Baku.
Até esta quarta-feira, apenas eventos mandatados já previstos por decisões anteriores das COPs foram realizados, como um sobre adaptação climática, que teve sua primeira oficina técnica ainda na segunda, 16, e é uma das apostas do Brasil em Belém.
Os próximos dias serão como um 'termômetro' para o ambiente que nos espera em Belém e definirão o futuro, além de representar um "teste de credibilidade ou prova de fogo" para a diplomacia internacional e brasileira.
O impasse foi provocado por uma proposta da Bolívia, em nome do grupo LMDC (Like-minded Developing Countries), de incluir dois novos temas não previstos levou a desacordos: financiamento climático e barreiras comerciais.
O primeiro, inclusive, ficou quicando na última COP29 em Baku, no Azerbaijão, quando foi acordada uma meta global muito aquém do esperado: 300 bilhões de dólares anuais destinados de países desenvolvidos para os mais vulneráveis lidarem com os efeitos da crise do clima.
Embora os temas propostos pela Bolívia não tenham entrado como itens independentes da agenda, eles serão abordados em outros pontos. As medidas unilaterais de comércio, por exemplo, foram incorporadas ao item que trata de transição justa.