22 de abril de 2025 às 15:58
A mandioca está ganhando uma nova aplicação no mercado: a produção de embalagens sustentáveis e biodegradáveis, unindo conhecimento tradicional à tecnologia para atender empresas.
A iniciativa, desenvolvida pela startup Dooka em parceria com o Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), transforma a fécula de mandioca em alternativa ao plástico convencional e ao isopor.
Em fevereiro deste ano, a empresa inaugurou sua primeira biofábrica de embalagens em Lábrea, município localizado no sul do Amazonas, região conhecida pela forte pressão de desmatamento.
O projeto foi implementado em parceria com a Associação de Produtores Agroextrativistas da Colônia do Sardinha, organização que reúne indígenas, ribeirinhos e pequenos produtores da agricultura familiar da região.
"As bioembalagens agregam valor a cadeias produtivas amazônicas, considerando o diferencial das matérias-primas regionais, com impactos socioambientais positivos", afirma Erika Cezarini, empreendedora à frente da Dooka.
A instalação da biofábrica recebeu investimento de aproximadamente R$ 1,4 milhão por meio do Programa Prioritário de Bioeconomia, desenvolvido pela Superintendência da Zona Franca de Manaus.
"É fundamental levar tecnologias para o beneficiamento das matérias-primas e a produção final nas comunidades, com aumento da renda e menor dependência de recursos filantrópicos", destaca Paulo Simonetti, gerente de projetos de inovação em bioeconomia do Idesam.
O PPBio já mobilizou mais de R$ 146 milhões, com 40 empresas investidoras e 76 projetos finalizados ou em execução nos estados do Amazonas, Amapá, Roraima, Rondônia e Acre.