16 de maio de 2025 às 11:42
Com investimentos superiores a R$ 42 bilhões, o Brasil selecionou sete novos projetos para acelerar a descarbonização de setores industriais estratégicos e intensivos em emissões como o químico, aviação, cimento e alumínio.
O anúncio foi feito na quarta-feira, 14, pelo Acelerador de Transição Industrial (ITA), uma iniciativa global multissetorial fruto da COP28 e financiada pela Bloomberg Philanthropies e pelos Emirados Árabes Unidos.
O governo brasileiro foi o primeiro a aderir no mundo, em uma parceria do ITA com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), e colaboração com a recém-lançada Plataforma de Investimento em Transformação Ecológica e Climática do Brasil (BIP).
A nova rodada de aportes eleva para 11 o total de iniciativas apoiadas no país, representando um potencial de US$ 17,5 bilhões voltados à transição para uma economia de baixo carbono.
Segundo o ITA, todos receberão assistência técnica e estratégica para identificar desafios conectar parceiros na cadeia de valor e mobilizar soluções financeiras para visibilizar financiamento, impulsionando a implementação de tecnologias verdes.<br />
Entre os projetos mais ambiciosos está o Solatio H2 Piauí, que prevê a construção de uma estrutura verticalizada com 14 GW de energias renováveis para abastecer uma planta industrial de hidrogênio e amônia verde.
No setor de aviação, a Acelen Renováveis apresentou o produto "da semente ao combustível" baseado no óleo de macaúba, planta nativa brasileira. A iniciativa prevê a implementação de um centro de pesquisa e desenvolvimento.
"O Brasil está pronto para liderar a transição energética global, aproveitando suas vantagens comparativas em recursos naturais e potencial renovável", disse em nota Faustine Delasalle, diretora executiva do ITA.
No setor de cimento, responsável por aproximadamente 8% das emissões globais de CO₂, outros três projetos foram selecionados para implementar tecnologias complementares de descarbonização: Votorantim, Mizu e Eco Fusion.<br /> <br />
Já na indústria de alumínio, onde o Brasil já possui uma das menores pegadas de carbono do mundo, dois projetos buscam reduzir ainda mais as emissões: um da Alcoa e outro da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).<br />
Rodrigo Rollemberg, secretário de economia verde, descarbonização e bioindústria do MDIC, destacou que os projetos selecionados demonstram a ambição e o progresso da neoindustrialização verde em curso no Brasil.