8 de maio de 2025 às 17:38
A transição para uma matriz energética mais limpa e renovável está ocorrendo em todo o mundo. Fontes como solar e eólica estão ganhando espaço, porém tornam necessário modernizar os sistemas de transmissão.
Não à toa que o mote americano “no transition without transmission” tem ganhado força entre especialistas em energia. Ou seja, de nada adianta gerar energia renovável se não for possível transmiti-la para os consumidores.
Muitas das tecnologias usadas em redes de transmissão foram desenvolvidas há mais de 100 anos. Elas foram eficazes por muito tempo, mas não foram pensadas para lidar com a realidade atual.
As fontes renováveis, que dependem de condições incertas e cuja produção muda conforme o clima, a hora e a estação do ano, comprometem o funcionamento das redes de transmissão antigas.
Sem uma rede capaz de se adaptar rapidamente, teremos desperdícios, sobrecargas e instabilidade. Por isso, surgem como alternativa as chamadas Grid Enhancing Technologies (GETs).
As GETs são soluções modernas de hardware e software que tornam a rede mais flexível, eficiente e resiliente aproveitando melhor a infraestrutura existente e reduzindo a necessidade de construir novas linhas.<br /> <br />
Exemplos são: Dynamic Line Rating (DLR); cabos de alta capacidade; HVDC (Corrente Contínua de Alta Tensão); FACTS (Sistemas Flexíveis de Transmissão); Sistemas de Armazenamento de Energia (Baterias).
Vários países já estão aplicando essas GETs com bons resultados. A Bélgica, por exemplo, modernizou várias linhas de transmissão com cabos avançados. Na cidade de Minneapolis, nos Estados Unidos, a troca para esses cabos avançados foi concluída em apenas oito semanas.
Já no Brasil, além dos HVDCs já existentes, estamos começando a dar os primeiros passos nessas novas tecnologias. Em 2024, por exemplo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou o uso de tecnologias FACTS para a região de São Paulo.
Modernizar a rede de transmissão é essencial para viabilizar a transição energética, e as GETs oferecem soluções mais rápidas, econômicas e sustentáveis de modernização. Sem elas, o caminho para uma matriz energética limpa, segura e acessível ficará muito mais difícil.