13 de maio de 2025 às 14:52
Enquanto as negociações do clima dependem de um acordo dos 198 países da Convenção da ONU, "a agenda de ação já está bem estruturada, nas mãos da presidência da COP e é de todos nós", disse o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30.
Nesta segunda-feira, 12, a Coalizão para a Descarbonização dos Transportes, apresentou um documento ao governo federal em Brasília com os caminhos para o setor reduzir em até 70% as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e atrair mais de R$ 600 bilhões em investimentos verde
Entre as propostas, está a expansão de veículos elétricos ou híbridos, maior participação dos modais ferroviários e hidroviários e ampliação do uso de biocombustíveis.
"É uma oportunidade extraordinária de pegarmos o ‘trem’ de combate à mudança do clima o mais rápido possível e encontrarmos um novo modelo de desenvolvimento", disse o diplomata Corrêa do Lago, que lidera a grande conferência climática em Belém com Ana Toni e Marina Silva.
Rumo à COP30, a implementação é o norte que irá guiar se o grande evento global do clima será bem-sucedido — e precisa envolver todos atores. A 1º carta publicada pela COP convocou um "mutirão" e citou 5 setores-chaves: agropecuária, agricultura, energia, florestas e transportes.
Todos são fundamentais para chegarmos preparados em Belém e cumprirmos a meta climática brasileira (NDC) de redução de 67% das emissões até 2035, mas o setor de transportes, é o mais avançado, segundo Corrêa do Lago.
O documento apresenta 90 ações concretas para consolidar o Brasil como protagonista global em mobilidade sustentável. A iniciativa visa subsidiar a formulação do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que será colocado na mesa na COP30 em novembro.
Ana Toni, CEO executiva da COP30, disse que o estudo mostra qual país queremos construir e o espírito que estamos trazendo para esta COP. "É um olhar para a ciência e dados, pensando na viabilidade de implementação. A agenda de ação é sobre o que queremos colocar no setor".
Atualmente, o setor de transportes é responsável por 11% das emissões nacionais, o equivalente a 260 milhões de toneladas de gás carbônico (MtCO₂e). Em um cenário sem medidas de descarbonização, o número poderia chegar a 424 milhões de toneladas de CO2 até 2050.
Com a implementação das propostas do novo plano, seria possível reduzir esse volume para 137 milhões de toneladas de CO2, evitando o lançamento de 287 milhões de toneladas na atmosfera.
O plano identifica três iniciativas principais que, juntas, permitiriam reduzir em 60% as emissões do setor em comparação com o cenário de inação projetado para 2050: eletrificação da frota, aumento de modais ferroviários e hidroviários e expansão de biocombustíveis.