10 de junho de 2025 às 14:25
Criar um corredor marítimo humanitário do povo para acabar com a fome e a desnutrição na Palestina. Esta foi a missão abraçada pelo brasileiro Thiago Ávila, de 38 anos, que se juntou a outros 11 ativistas, incluindo a jovem sueca Greta Thunberg, na embarcação Madleen.
A embarcação Madleen partiu da Itália em 1º de junho rumo à Faixa de Gaza. A tripulação, que carregava alimentos e remédios e era operada pela Coalizão Flotilha da Liberdade, nunca chegou ao destino.
"Estamos em um lugar no mar mediterrâneo. Mas se você olhar ali, é Gaza: um lugar que tem vivido décadas de genocídio e apartheid colonial", disse Thiago em vídeo publicado nas redes sociais, pouco antes de ser detido.
Nascido em Brasília em 1986, Thiago Ávila se formou em comunicação social e desde 2010 é membro do Comitê Diretor da Coalizão Flotilha da Liberdade, organização da sociedade civil e de movimentos que lutam cntra o bloqueio imposto por Israel e Gaza.
O brasileiro também é cofundador do movimento Bem Viver no Brasil, inspirado em filosofias indígenas que defendem uma relação harmoniosa entre sociedade e natureza, com foco em promoção de práticas de regeneração dos biomas brasileiros e na articulação de mutirões.
Além de coordenar a missão do Madleen, Thiago esteve anteriormente em outra expedição, a do navio Conscience, que foi atingido por drones israelenses em 1º de maio. E organizou missões humanitárias para Cuba e Líbano, onde foi ao funeral do antigo líder morto do Hezbollah.
Em seu ativismo, adotou uma estratégia singular: a prática de transmissões ao vivo em situações de risco. Conquistou mais de 800 mil seguidores nas redes sociais, canal por onde mobiliza apoio para causas ligadas à Palestina, justiça social e combate das mudanças do clima.
Após muita comoção mundial, o governo israelense divulgou, na noite de domingo, fotos de Ávila e Greta Thunberg após a chegada do Madleen ao porto de Ashdod. O governo brasileiro já confirmou que Thiago foi levado ao aeroporto de Tel Aviv e deve retornar ao Brasil.