29 de maio de 2025 às 10:49
Mirando o desenvolvimento da sociobioeconomia na região Pan-Amazônica, o Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) lança nesta quarta-feira, 28, um projeto inédito que irá impulsionar 100 negócios comunitários em seis países da região.
Batizado de "AmazonBeEco", o investimento previsto é de US$ 7 milhões (R$ 39.526.900) durante quatro anos, com a missão de ampliar o acesso a crédito e mercados para os pequenos empreendedores e promover soluções verdes para as realidades locais.
O Conexões Sustentáveis estima alcançar 400 mil hectares de manejo sustentável através da atuação de organizações parceiras nos países contemplados e impactar positivamente a vida de 8 mil famílias, além de gerar um aumento de 30% na renda anual das comunidades.
Enquanto o instituto atua como executor das ações, sua unidade nos Estados Unidos funciona será co-executora e os recursos são provenientes do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Fundo Verde para o Clima (GCF).
A estratégia abrange três eixos principais. O primeiro foca no desenvolvimento de um ambiente favorável, com foco na criação de uma rede Pan-Amazônica de parceiros que apoie ativamente os negócios comunitários e mobilize mais recursos.
O segundo visa apoiar a competitividade dos negócios por meio de assistência técnica para aprimorar a maturidade operacional, inovação e acesso a mercados. Já o terceiro se concentra no acesso ao financiamento para os empreendedores.
Fabíola Zerbini, diretora executiva da Conexsus, destacou em primeira mão à EXAME o caráter pioneiro da articulação. "É um marco inédito na construção de uma agenda comum pela ativação de ecossistemas da sociobioeconomia. Pela primeira vez, seis países amazônicos se articulam".
Segundo a executiva, a aliança é ao mesmo tempo um gesto político e técnico de integração regional — e uma afirmação de que a cooperação entre territórios e saberes é o caminho para soluções reais e duradouras.
O que move o projeto é a bioeconomia, modelo de envolvimento da promoção de cadeias de valor sustentáveis fundamentadas na conservação da floresta e da sociobiodiversidade. As atividades são realizadas por pequenos agricultores, comunidades tradicionais e indígenas.
O Brasil é solo fértil para o modelo e tem atraído cada vez mais investimentos. Na Amazônia, o Pará pode ser o grande epicentro: este potencial de produção pode atingir 4,5% do PIB estadual até 2030. Em Belém, onde será realizada a COP30, estas cadeias podem movimentar R$ 170 bi.