30 de maio de 2025 às 19:31
Um estudo da University College London (UCL), no Reino Unido, evidencia que a poluição do ar durante a infância pode afetar a saúde dos jovens até a adolescência, destacando a urgência em reduzir os níveis de poluentes atmosféricos globalmente.
É sabido que a poluição está relacionada a diversas doenças respiratórias na infância, um problema comum em grandes centros urbanos.
Porém, as consequências da exposição não são apenas imediatas: o estudo aponta que crianças que respiram ar poluído em determinados períodos da vida têm maior risco de apresentar piora na saúde na adolescência.
Publicado na revista científica Scientific Reports, o trabalho analisou dados de mais de 9 mil jovens nascidos entre 2000 e 2002, com foco em desigualdades étnicas e socioeconômicas.
Os três poluentes principais estudados foram: Material particulado (PM10); Material particulado fino (PM2.5), incluindo compostos químicos potencialmente tóxicos; Dióxido de nitrogênio (NO₂), principalmente emitido por veículos.
O período entre 2 e 4 anos mostrou-se especialmente sensível: crianças expostas a níveis elevados de poluição nessa faixa etária apresentaram entre 15% e 30% mais chances de relatar piora na saúde aos 17 anos.
Para crianças entre 5 e 7 anos, o risco foi um pouco menor, variando entre 14% e 16%.
Além disso, o estudo revelou que jovens de minorias étnicas e de famílias de baixa renda tiveram maior exposição à poluição. Crianças não brancas enfrentaram níveis de dióxido de nitrogênio 51% superiores aos de crianças brancas durante os primeiros anos.
A equipe também examinou registros hospitalares para buscar um indicador objetivo da saúde, porém não encontrou associação clara entre poluição na infância e maior número de internações hospitalares na adolescência.
Segundo Gergo Baranyi, autor principal do estudo, “nossas descobertas confirmam uma janela sensível nos primeiros anos de vida, quando as crianças são mais vulneráveis à poluição do ar, o que pode afetar sua saúde geral até o fim da adolescência”.