11 de junho de 2025 às 10:51
A população de pinguins-imperadores na Antártica diminuiu quase um quarto à medida que o aquecimento global transforma seu habitat gelado, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta terça-feira, 10. Essas perdas são muito piores do que se pensava anteriormente.
Após analisar as populações em 16 colônias na península Antártica, no mar de Weddell e no mar de Bellingshausen, os cientistas alertaram que a queda é de 22% nos últimos 15 anos (até 2024). O estudo foi publicado na revista Nature Communications: Earth & Environment.
Esses números representam uma queda "aproximadamente 50% pior" do que se estimava, declarou Peter Fretwell, que rastreia a vida selvagem do espaço no British Antarctic Survey (BAS).
"É um retrato realmente desolador das mudanças climáticas, as populações caem ainda mais rápido do que pensávamos, mas não é tarde demais", disse Fretwell.
Nos últimos anos, algumas colônias perderam todos os seus filhotes porque o gelo desabou, fazendo com que os filhotes caíssem no mar antes de serem suficientemente maduros para enfrentar o oceano congelado.
Fretwell disse que a nova pesquisa sugere que o número de pinguins tem diminuído desde que a monitorização começou em 2009. Isso é mesmo antes de o aquecimento global ter um impacto significativo no gelo marinho.
Mas, em sua opinião, o principal responsável provavelmente é a mudança climática, já que o aquecimento provoca outros desafios aos pinguins, como chuvas mais intensas ou o aumento da incursão de predadores.
"Não é a pesca. Não é a destruição do habitat. Não há poluição causando o declínio de suas populações. É apenas a temperatura do gelo onde se reproduzem e vivem, e isso realmente é a mudança climática", indicou.
Os pinguins-imperadores (Aptenodytes forsteri), somam cerca de 250 mil casais reprodutivos, todos na Antártica, segundo um estudo de 2020.
Modelos computacionais projetaram que a espécie estará próxima da extinção no final do século se os humanos não reduzirem drasticamente suas emissões que aquecem o planeta.