2 de junho de 2025 às 18:48
Mais da metade dos moradores de Manaus (52,5%) vivem em desertos alimentares, áreas com baixa disponibilidade de alimentos saudáveis como frutas, legumes e verduras.
A capital amazonense encabeça o ranking nacional divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social, que revela um cenário crítico: 15 das 27 capitais brasileiras têm ao menos 25% de seus habitantes nessa condição.
No extremo oposto está Curitiba, que apresenta o melhor desempenho nacional com apenas 9,7% da população em desertos alimentares.
A diferença entre as duas cidades ilustra as profundas desigualdades regionais no acesso à alimentação adequada no país.
No Brasil, os desertos alimentares são definidos como áreas de baixa disponibilidade e acesso a produtos minimamente processados ou in natura, conforme estabelece o Guia Alimentar para a População Brasileira.
Essas regiões, tanto urbanas quanto rurais, caracterizam-se pela dificuldade de encontrar mercados, feiras, hortifrutis, peixarias, açougues e mercearias que ofereçam produtos frescos.
A definição brasileira considera especialmente as características socioeconômicas das comunidades de baixa renda, periféricas e distantes dos grandes centros urbanos.
Outro aspecto crítico nesses locais é a predominância de estabelecimentos que vendem produtos ultraprocessados como refrigerantes, salgadinhos, embutidos e fast food: as vendinhas de bairro muitas vezes acabam oferecendo macarrão instantâneo, embutidos, bolachas e refrigerantes.
Além de Manaus, destacam-se Belém (47,2%), Palmas (38,8%) e Macapá com percentuais elevados. O Nordeste também enfrenta desafios consideráveis, com São Luís (42,3%), Maceió (34,9%) e Salvador (34,5%) entre as mais afetadas.