21 de maio de 2025 às 18:38
Um enterro simbólico marcou o desaparecimento acelerado de uma geleira no Nepal, motivado por conta do aquecimento global. O caso aconteceu na geleira Yala, na região de Langtang, nesta segunda-feira, 12.
A área, que já perdeu 66% de sua massa desde os anos 1970, é um dos símbolos mais visíveis do colapso das geleiras no Himalaia. Yala deve ser uma das primeiras grandes geleiras nepalesas a ser declarada “morta” diante da crise climática.
Mais de 50 pessoas participaram do ritual, entre monges budistas, moradores locais e especialistas em geleiras do Nepal, Índia, China e Butão. No local, duas placas de granito foram colocadas no sopé da geleira extinta.
Yala é uma das poucas geleiras do arco de 3.500 km do Himalaia que têm monitoramento anual e medições presenciais há mais de dez anos. Isso permite entender com precisão a rapidez e a extensão do derretimento.
Esse fenômeno supera os cenários mais pessimistas previstos pelos cientistas.
O desaparecimento acelerado da Yala reflete o que está acontecendo nas montanhas do mundo inteiro, onde a deglaciação acontece em ritmo alarmante.
A perda da geleira também tem impactos diretos na região: o solo rochoso exposto pelo recuo do gelo reflete menos luz solar, o que aumenta o aquecimento.<br /> <br />
Além disso, a diminuição da cobertura de gelo compromete o abastecimento de água para comunidades e ecossistemas que vivem a jusante, ampliando riscos ambientais e sociais.
Esse fenômeno não é exclusivo do Nepal. A maioria das cerca de 54 mil geleiras do Himalaia Hindu Kush enfrenta o mesmo destino de derretimento acelerado.