8 de janeiro de 2025 às 17:30
"Para chegar a emissões zero, não basta reduzir: empresas precisam investir em iniciativas de remoção de carbono" disse em entrevista exclusiva à EXAME, Gabriel Silva, um dos fundadores da Mombak, junto com Peter Fernandez.
Isto porque, em um planeta que emite 50 bilhões de toneladas de gases estufa por ano, a empresa acredita que pelo menos 10 bilhões será com soluções naturais de retirada de CO2 da atmosfera -- seja pela restauração de florestas, manguezais ou conservação de solos saudáveis.
Fundada em 2021, a startup especializada em gerar créditos de carbono a partir do reflorestamento nasceu do sonho da dupla em deixar um legado de impacto e criar uma nova indústria voltada a solucionar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
Após um ano de dedicação e estudos de mercado, os empreendedores entenderam que havia uma forte demanda por projetos capazes de remover gases estufa para ajudar outras corporações a atingirem suas metas ambientais.
"Nós unimos duas teses: o reflorestamento é a maior oportunidade de captura de carbono, e o Brasil é o melhor lugar para fazer isto", destacou Gabriel.
A prática, que visa restaurar áreas desmatadas por meio do plantio de mudas nativas, tem o potencial de capturar de 2 a 3 bilhões de toneladas de CO2 por ano da atmosfera.
Após captar 120 milhões de dólares de investimento, a Mombak adquiriu 20 mil hectares de áreas no Pará -- e agora quer atingir a escala global. Até então, o projeto na Amazônia promete ser o maior do mundo e já plantou mais de 3,4 milhões de árvores.
Recentemente, a startup fechou contratos pioneiros de carbono com gigantes como Google, Microsoft e McLaren Racing.
O da Microsoft e envolve 1,5 milhão de toneladas de carbono a serem removidas até 2032 -- um dos maiores em compra e venda baseados na natureza do mundo.
A parceria também envolve a assinatura de acordos com proprietários de terras, financiamento dos custos de reflorestamento, compartilhamento dos lucros obtidos com produtores rurais e contratação de pessoas locais.
Atualmente, o serviço prestado pela startup a seus clientes (empresas) funciona no mercado voluntário de carbono, mas com a regulação no Brasil conquistada no final de 2024, isto pode mudar e ser "muito positivo", acreditam os fundadores.