ESG

Lembra dele? Cavalo Caramelo, resgatado nas enchentes do RS, virou símbolo das mudanças climáticas

Letícia Ozório

2 de maio de 2025 às 10:08

TV Globo/Reprodução

Em maio de 2024, quando chuvas torrenciais atingiram o Estado do Rio Grande do Sul, uma imagem ajudou a mostrar a força das chuvas: um cavalo-crioulo, raça considerada patrimônio cultural desde 2002, que ficou ilhado em um telhado, cercado pelas águas.

Ricardo Stuckert/Presidência da República/Divulgação

Quem assistia à imagem não imaginava que aquele cavalo se tornaria um símbolo da resiliência do povo gaúcho diante dos eventos climáticos extremos nunca antes vistos.

Só na capital do Estado, a chuva registrada para maio foi de 513,6 mm, enquanto a média para o mês é de 112,8 mm.

@cavalocaramelo.oficial/Instagram/Reprodução

Um ano após as enchentes, o animal acumula mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, ganhou uma linha de brinquedos com sua imagem e conquistou o coração do país.

@cavalocaramelo.oficial/Instagram/Reprodução

O cavalo Caramelo hoje vive na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Ele se recuperou do quadro de desnutrição e desidratação vivido durante os dias de enchente.

@cavalocaramelo.oficial/Instagram/Reprodução

Em entrevista ao G1, o veterinário responsável pelo Caramelo, Henrique Mondardo Cardoso, afirmou que, desde que chegou à universidade, o cavalo passa boa parte do tempo se alimentando.

Dentro da universidade, ele se tornou uma celebridade: visitantes de todo o Brasil (e até de outros países) o acolhem e tiram fotos como uma atração turística.

We Toys/Reprodução

Em dezembro, o Caramelo foi representado ainda em uma linha de brinquedos: ele virou um bichinho de pelúcia, um quebra-cabeça e até mesmo um livro ilustrado, produzido pela companhia We Toys.

Fraport Brazil/AFP

Todo o lucro a partir da venda dos produtos é destinado para a reconstrução de escolas nas cidades de Muçum, Porto Alegre e Eldorado do Sul.

Após dias ilhado, o resgate foi realizado pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo, que prestava apoio às forças gaúchas na ocasião, além de veterinários. Após o resgate, o cavalo foi levado ao hospital veterinário, onde recebeu medicação para desidratação.

Nelson ALMEIDA/AFP Photo

Cerca de 96% das cidades gaúchas foram atingidas pelas enchentes, seja por alagamentos, inundações ou deslizamentos de terra. Ao todo, foram 180 mortos e 25 desaparecidos, além de 800 feridos.

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As cidades mais afetadas foram Porto Alegre, Canoas, Eldorado do Sul e Roca Sales, com milhares de cidadãos deslocados e imensos danos materiais.

Anselmo Cunha / AFP/AFP

Enquanto 615 mil pessoas foram acolhidas em casas de parentes, amigos ou abrigos das regiões, estima-se que o número de impactados seja muito maior.

AFP/AFP

Cerca de 2,4 milhões de pessoas tiveram que deixar seus lares, sofreram danos materiais, impactos na saúde ou enfrentaram a interrupção de serviços como luz e água.

SILVIO AVILA/AFP

Entre os locais mais impactados estão a Rodoviária de Porto Alegre, o Mercado Público de Porto Alegre, o Estádio Beira-Rio (casa do Internacional), assim como a Arena Grêmio. O Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, precisou ficar fechado por cinco meses.

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