ESG

John Elkington, pai da sustentabilidade: 'Negacionismo nos prepara para uma crise muito maior'

Sofia Schuck

15 de julho de 2025 às 16:35

/Divulgação

Aos 75 anos, John Elkington poderia estar aposentado, mas sente que "está apenas começando". O britânico já consolidou seu legado de cinco décadas como "pai da sustentabilidade", após criar o conhecido "Triple Bottom Line" em 1990.

null/

O conceito revolucionou o desempenho de empresas ao aliar três pilares: social (pessoas), ambiental (planeta) e econômico (lucro). Em 2004, o termo evoluiu para ESG e incluiu a governança corporativa.

/Divulgação

"Eu sinto que os próximos 10 a 15 anos serão os mais excitantes da minha jornada e que veremos mais mudança para o bem e mal nos próximos 10 a 50 anos do que nos últimos 50 da minha carreira profissional", disse em entrevista exclusiva à EXAME, durante sua passagem ao Brasil.

Andrew Reynolds/AFP/

Para John, o mundo está caminhando para um cenário ainda mais dramático do que as mudanças climáticas já anunciadas. O contexto geopolítico global é de rejeição da ciência e retrocessos impulsionados por Trump, frisa.

/Freepik

"Estamos nos preparando para um conjunto desafiador de uma série de crises ao redor de uma crise muito maior", alertou John. No entanto, ele caracteriza como uma 'traição' deixar este futuro incerto e nebuloso na mão dos jovens.

Stock/Getty Images

Para driblar a tripla crise planetária, o cientista acredita na educação como um investimento único e o mais importante em qualquer sociedade. "Não só para os jovens, como também para reeducar as pessoas mais velhas para serem menos conservadoras e mais interessadas no futuro".

Mark Garlick/Science Photo Library/null

O que mais preocupa o veterano da sustentabilidade é a crescente onda de negacionismo científico, especialmente entre líderes políticos. "Não é apenas sobre Trump e os que estão com ele, há outros políticos particularmente de direita ao redor do mundo contra a ciência".

Rottadana/Thinkstock

Enquanto o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU nos indica que estamos caminhando para pelo menos 3 °C de aquecimento global até o fim do século e uma série de eventos extremos catastróficos, John lamenta a postura dos EUA.

/Getty Images

A poucos meses de sediar a Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP30) em Belém do Pará, John vê o Brasil com um 'futuro fantástico' ao mesmo tempo em que enxerga um cenário de contrastes e desafios.

Leia mais em EXAME ESG